não sei o que é amar-me
como as pessoas
que o souberam fazer
no passado.
sempre fui meio
de muito
e outro meio
de completa ignorância.
vi em poucos olhos
- como a luz do dia -
a clareza do amor.
vi também a negritude
com que se tenta amar
a minha noite.
luz que martela
quase tanto
como a dor disfarçada
no copo.
conversas torpes
e argumentos mais
deslavados
e sem nexo
para ajudar ao ruído.
fiquei possuído
de insignificância
e desamor a mim
próprio.
saí.
fui tomando poesia
como cura a conta
gotas.
meia gota de álcool
meia gota de poesia.
idiossincrasia
metastizada e dobrada
para chegar ainda menos
nada.
tomei poesia de noite
a conta gotas
da mais pura
esperança do amanhã.
das minhas manhãs
tardes.
mas em boa altura.
agruras de quem
sofre doutras agruras
e perde pé para tanta altura.
às vezes rasteja
às vezes encontra-se à altura.
tudo muda
quando queremos.
quando não queremos
mas temos de...
mas tenho de te
responder em poesia
porque somos
tão pouco.
tão pouco compreendidos
e perdidos no meio
da multidão
com certidões de óbito
em versos.
(ler no verso
o que não se vê na cara).
pagamos caro
o amor-próprio.
fuca na cara do outro
poeta
e no verso
do nosso entendimento.
fica o desprendimento
e o amor ao amanhecer.
segunda-feira, 1 de julho de 2019
Amor ao Amanhecer
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