domingo, 21 de julho de 2019

ventanias suculentas

desconcertante
e fugidia.
devolve à
noite o nosso dia
de novo a noite
pelo dia adentro.
penso como
denso é o teu
vento quando
sais para fora
de ti.
mas há em mim
cata-vento
com pozinhos
de perlimpimpim.
vim aqui só
para te ver
mas não vi.
o vento não
se vê assim.
sopra-se um poema
assobia-se
uma canção, pequena,
que lhe chegue
ao coração
e como num telefonema
lhe abrace a atenção.
se vieres,
vem por ti,
para dentro de novo.
agarro-te
com o corpo todo
e uma ode.
nem janela nem
porta pode fazer de ti
corrente de ar
pois sou um cata-vento
com pozinhos de
perlimpimpim
com a alma de
um mundo inteiro
onde também lhe cabe
o ar todo.
vem para dentro
e sê nas minhas
palavras
uma ode.

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