um dia
e depois em tantos
outros subsequentes
passei a ter o dom
de ser talismã.
chorei
e senti apertos no
peito
por não ser de alguém
no "amanhã".
morri aos poucos
para nascer alguém
que aos poucos
aceitou trocar a sua
felicidade
para dar lugar aos outros
essa realidade.
perder um amor
para dar a outro.
a generosidade de
não lutar por alguém
ou a ingenuidade
de perceber a prioridade
em ter chegado.
se não percebi o jogo
se não fui a jogo
julgo que tinha de ser
assim.
e o amor por vezes
visita-me.
mas não pode ficar
porque tem outras vidas
para tratar.
deixa-me só
porque sabe
que ele voltará.
amanhã ou um dia
mais tarde.
domingo, 7 de julho de 2019
talismã do amanhã
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