domingo, 7 de julho de 2019

O nascimento do poeta Jardineiro

faço-me rodear dos meus
mais desejados afectos.
vejo a confusão que normalmente
se instala à minha volta.
eu sei...
a minha energia provoca
e a minha observação
conduz para que tudo
se desequilibre assim
tão harmoniosamente
daí me retirar para eliminar
o ruído.
sentir que a confusão
fica hermeticamente
almofadada
nos meus mais íntimos
desejos.
a fantasia é minha
e repudio
quem não seja tão elevada
nesse meu reino.
um reino de um coração
com mil caras.
cada traz algo novo
para aprender
e se tiverem de ir que seja
por bem.
por não lhes ser um estorvo.
permito-me na fantasia
que partam também
e sempre com mais altivez
do que o hábito.
a realidade.
a sumptuosa confusão
que dança em meu redor.
danço vagarosamente
para a minha solidão
que planta fantasias
e brota esquizofrenia salubre
não tenho medo
de ficar sozinho...
receio não poder dar
algo
de ser útil
de lhes ter sido
no mínimo amor.
serei eu um jardineiro
do futuro?
será que mundo
terá terra e água
para que se faça poesia?
para que não se morra
sem a presunção da transformação?

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