quarta-feira, 15 de maio de 2019

A razão de não falarmos a mesma língua

A razão de não
falarmos a mesma
língua.
A língua que fala
poesia e do amor
a esta nossa língua.
Uma relação que
se estende pelos
anos e as décadas
e que me traz mais
do que um matrimónio.
O antónimo da solidão
acompanhada.
O sinónimo
da palavra amada.
Da minha amada
em cada momento.
Sofrimento e distância
Ilusão condecorada.
Por isso não posso
meu amor
mostrar mais amor
por falarmos uma
língua desterrada.
Desirmanada
Fazemos sons parecidos
mas as figuras
do meu estilo
destoam das tuas cores.
São outros amores.
São doutores
doutras línguas.
Mas a minha é de amor
incondicional a esta.
Passou a ser a que veio
de mãe e passou a
filha.
Passou a ser a língua
dos sonhos nesta
parte da vida.
Nós somos o que lemos
e as canções
que no colo ouvimos.
Fomos à escola
e pedimos para perceber
isto tudo.
Conquistámos tudo
de tão pequeninos
Grandes.
Esta é a língua que tanto
amo e que só na poesia
se sabe,
como te amo.
Como canto
quando apareces
cantando a mesma canção.
Amo-te tanto
poesia portuguesa
do meu coração!
Sou uma aberração
como todos aqueles
que não são
e que aos olhos
doutros da mesma
terra não se emocionam
na mesma nação.
É uma língua
que amo
mas sem a vossa razão
que nos atiram denominando
como "aberração".
Que seja amor a esta língua
essa imensa terra
que se separa na língua
numa mesma nação.
Num amor diferente.
Mas é minha convicção
que a poesia
não fará frente a ninguém
e que afague com canções
de quem também
tem um colo de mãe
e um sonho cantado
para ser escutado
e crescer consigo
também.
Venha amor
à lingua mãe
e à poesia
de quem ama.
Venha
e cresça
e se faça amor
na diferença de mesma terra.
Venham línguas
de fogo
encher o peito de razão.
Sapiênca no coração!

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