quarta-feira, 29 de maio de 2019

Mata-Morte

e em cada um de nós
que partiu,
um bocado de nós
levou.
envelheci outro tanto
e com tenra idade
já clamo por um
fim sereno.
a saúde neste terreno
e as lágrimas
para irem semeando
esperança.
estou demasiado velho
pelos que foram.
não voltam
e a memória também
já não melhora nada.
hoje morri de novo
e fiquei mais outro tanto
de velho.
de podre.
de cheiro
a morte.
ainda não choro
e a verdadeira tristeza
anda a monte.
já não sei ser fraco
quando a ocasião
assim pede.
cada um perde
como pode.
mas morre
como todos os outros.
uns mais cedo
outros mais tarde.
uns de morte
e outros com uma vida
inteira.
Justiça?
ter vindo à vida.
o resto arde!

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