um beijo nos lábios
como advento
do futuro.
um momento
de genuidade,
um puro-sangue
que corre em liberdade.
a mulher que deixa
os sentidos
tomarem conta
da cidade.
tomar conta de tudo
o quanto controlamos.
deixamo-nos
ao impulso
que está em desuso
e percorremos
as ruas, beijando-nos.
chuva que nos beija.
sol que nos deixa
derreter as razões.
corremos pois
para termos tempo
para parar.
deslizar para debaixo
da pele.
respirar o mesmo ar
e voltar cada um a
ser seu.
voltarmos ao céu
do voo independente.
de repente sou eu
o teu beijo
e tu o meu abraço.
o teu corpo
desenha o meu traço
e a arte corre nas veias
como esse puro-sangue
que em mim
desassossega.
que me leva da intempérie
à terra molhada.
tu minha terra molhada.
tu manhã das minhas noites.
tu que te deitas
debaixo da minha pele.
eu que me ergo
na tua.
deita a lua
e acorda em mim
a tua rua.
a terra que faz de mim
ser mulher de ti
debaixo da pele nua
e tu homem de mim
que a pele
não confunda.
quero-te por um instante
de um tempo indeterminado.
quero-te lua,
rua, nua
manhã, noite,
teu, tua,
tudo,
tanto,
tanta
terra
puro-sangue
que corre
e ser seu céu
deseja.
terça-feira, 21 de maio de 2019
Terra Molhada
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