quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Terra Amor

digamos que é verdade,
que o que como
me aqueça o coração,
ou me previna o corpo
para a doença.
digamos que o certo
é fazermos tudo
bem e ainda assim
não chegar.
mas trago o mel na
boca que tantos
sons evoca.
sou eu natureza
e deus da gente rouca.
sou a pertença de mim
num céu que continua
para além de mim.
sou minhoca.
sou erva.
sou nada do infinito
e tudo do agora.
sou e não sou
quem te ama
porque eu sou
e não sou amor.
a terra a que ainda
pertencemos
é a alma
e quando acabar
somos nós o fim
da incompreensão.
mas afagamos
o coração com a crença
e a vontade.
e a humildade
de quem não desarma.
de quem a própria
espécie não desama
e mantém a chama
uma luz
uma ínfima esperança
de ser sempre
mais um
que te ama.

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