domingo, 2 de outubro de 2016

Mesa Larga

Produz-se o som
Na envolvência dos olhares.
Palavras que se cruzam
Como se fossem
Tambores.
Retumbantes são as nossas
Palavras como as nossas
Esperanças
Em pulsação.
"Badum badum badam"
Aperta-se no lábio
O coração.
"Ta tara ta ta"
Olha a vontade por quem
Cá não está.
Voa o tempo
Na distância das conversas
De agora.
O telefone toca
E o coração para lá volta.
"T t t t t t"
Nega o apelo da razão.
Está longe ela.
Tão longe do outro lado sentada.
Tão longe mas de lado do outro lado
Do telefone.
Mas venha a audácia
Que do poeta se tome
E se agradeça
A posição que ela subtilmente
O homem "informe".
Mas é essa romântica
Que da palavra tatuada
No tempo
A palavra contorne.
Que alimente o ritmo de um coração
Que a vontade come.
Fala-se numa língua disforme
A mesma
Que a outra engole de prazer,
De aprender...
De desmesurada fome.

VAz Dias

#palavradejorge

Sem comentários:

Enviar um comentário