Sempre tive esta sensação
De descaber nos lugares.
Nos sítios onde as pessoas
Ruidosamente intervinham.
Peça desconfortavelmente
Posta e reposta
Para conveniência geral.
Temos de caber
Onde nos deixam.
E o pior era não haver
Outro igual a mim.
No máximo tão diferente
Quanto eu
(Ou nos repelíamos
Ou nos cabíamos)
E fazer pelo melhor.
Invejava esse tipo
De mérito do homem comum,
Tão enquadradinho,
No lugarzinho,
Das pessoazinhas.
E no amor vê-los
Construir caminhos
Que dão para a felicidade
Com arroz a chover
E badaladas atempadas
Ao passo ante passo
Para mais tarde.
Desmereci esse tempo
E essa ansiedade.
Desisti da condecoração
E da idade.
Vivo destempado
Arreigado
Ao lugar de onde não se está.
Vive-se em plano
Paralelo respeitando
O mérito dos outros.
Os que fazem a realidade
Em que sobrevivo
E apelo
Ao bom-senso
Do meu desmérito.
Incomum
Homem
Sem terra nem tempo.
Estes são todos
Os méritos do homem comum
Onde não me integro.
VAz Dias
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