sábado, 4 de fevereiro de 2017

Coração Indigente

A culpa é relativa.
A acusação desmedida.
O que é agora
Amanhã não tem
Qualquer saída.
E depois tem.
Porque somos o que
Temos de ser.
Cumprir o nosso
Caminho.
E depois?
Não foi o que merecíamos?
Calhou a todos.
Não há culpa
Quando o coração
Busca o que busca.
O que tem de ser tem.
E por vezes não encontra.
Ou desencontra-se.
E vários ao mesmo
Tempo.
Quem mais coração
Parece ter
Também é o que se
Afligiu mais.
Não é culpa,
É sobrevivência
E luta.
É entrega total
E relativa.
Mas o que se alarga
Por todos os que
Encontra.
Culpa?
Culpa é não querer encontrar.
Culpa é não buscar.
Culpa é não arriscar
E não amar.
Culpa é não saber
Desamar
Quando não se foi amado
E seguir.
Seguir amando ainda mais
O mundo.
Cada um tem o seu fado,
O seu lado obscuro.
Mas faz luz
Ou que o busque!
A culpa é relativa
E é pedra que cai
No telhado de qualquer um.
E o meu é aberto
Para que no coiro
Caiam
E se aguente o embate.
É de quem é com o coração
Persistente.
Vem o mundo
E para dentro dele
Toda a gente.
Mesmo os não culpados
E os menos inocentes.
Coração culpado
É de errónea vertente.
Quem ama desmedidamente
É alvo de quem
Ama na medida pequena.
Culpa-se facilmente
Sem buscar as razões
Ou tentar amar
Com o coração
Nosso,
Indigente.

VAz Dias

#palavradejorge

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