segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Vagão Vazio

É aí tão longe
Que me acalmas.
Que fazes dos
Meus sentidos
E razões
Serem brandos
No inferno em que
Por vezes me torno.
Tu
E este poema
Disfarçado.
Tu e eu
Sem nunca sermos
E um beijo teu
De longe atirado
Me resolver.
E que Deus me perdoe,
Pois deixou-me
Aqui ardendo.
Também foi de ti
E agora transcendes.
Em tudo!
Até nas pobres linhas
Que vou acumulando.
Vagão estranho
E vazio
Que nos espera naquela
Viagem que nunca aconteceu.
Nem sei quando
Se é que algum dia
Nos fará ao destino
Engano.
Propalo amor
E no entanto
Não o tenho.
Tenho-te!
Aqui nestes momentos
Onde apenas existes
Por não estares.
Por seres esse ser
Irreal
Que mais faz por mim
Do que todas as realidades
Em que vou embatendo.
Sabes fazer-me desaparecer
Dor.
Sabes dar-me o meu tipo
De amor.
Se é que existe "tipo".
Aquele que não existe.
Só onde existo
Como orador
De poemas tristes
E sem qualquer futuro.
Como nós,
Num vagão qualquer
Daquela viagem
Que não espero.
Existes-me
Pelo meio.
Aí tão longe.
Apelo-te...
Apelo.

VAz Dias

#palavradejorge

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