domingo, 12 de fevereiro de 2017

Mero Poeta

Podia pôr-te um nome
Nos meus desejos
Mais íntimos.

Foste passando a escrever
No meu peito
Impossibilidade.
Foste ensinando-me
A escrever
E passei a escrever
Do peito
Poesia.
Quem a ama assim tanto
Começa a descobrir
O que é a
Impossibilidade.
É o Amor
Que se perdeu um dia
Por se ter chegado
Antes de se ter feito tarde.
É Amor que se ofereceu
E na verdade...
De nada valeu.
Não é moeda de troca
Para esta realidade.
(Nunca seria!)

Pobre é o poeta
Que o Amor ofereceu
E ficou contando
Os furos
Desse cinto de castidade
Que aperta
O prazer e a vontade.
Essa mordaça
Que canta em nosso lugar
E que apenas o
Olhar alcança.
Vejo a impossibilidade
Trespassar-me
Como a lança que no nosso
Coração se afia.

E tu não danças.
Não ficaste para me ensinar
Essa parte.
Deixaste o teu doce olhar
Afogar-me de vã esperança
E pintaste palavras
De arrependimento
Nessa mordaça.
Ranjo os dentes.
Enguino o maxilar
Para não te dizer
Que em todas elas
Me ensinaste a perder
E para ganhar,
Teria de ser poeta.
Ganhaste minha amiga
Fatalidade...
Sou a Impossibilidade!
Não sou mais do que um
Mero Poeta.

VAz Dias

#palavradejorge

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