terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Sangro poemas

Corto-me
Com lâminas
Afiadas.
São palavras
Que atiro
E me rasgam
Por dentro.
Sangro poemas
E não me consigo
Esvair
Até secar a vida
Nelas guardadas.
Que dor aguda
Que não pára!
É um exagero...
Eu sou um exagero!
Ontem era dador
De sangue
E vida para o alheio.
Alheei-me de dar pouco
De tudo.
Saltei e esbardalhei-me.
Parti-me todo
Em letras difusas
Que acoplavam
De prazer momentâneo.
Unicidade que logo
Se multiplicou em nada.
Agora sou um agarrado,
Com sangue pisado
Por dentro.
Sangro
Poemas
Sedento
De
Morrer
Convenientemente.
Sangro poemas.

VAz Dias

#palavradejorge

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