Vou-me embora.
Deixo algumas coisas
para trás.
Deixo aquela parte
de mim e de ti.
Vou com costas rasgadas
e a carne crua
ao sol.
Espero que o universo
conspire o suficiente
para ter brisa e não arder
tanto como na cara
da minha perda.
Deixo para trás tudo de novo
com cicatrizes
de todos.
Sei bem o que me espera.
Essas ravinas
já me conhecem o passo.
O sangue misturado com
o suor das perdas.
As colinas
as lágrimas de não querer
subir mais.
De não querer saber mais.
Não querer saber de mais nada!
Mas vou
e vou a correr para chegar
mais uma vez mais longe.
Sei que corro para mim
cada vez menos
de todos
e mais estóico.
Mais de mim.
Mais sozinho.
Mais quê?
Para onde irei
se não houver mais
ninguem senão eu?
sábado, 27 de abril de 2019
Corrente
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