No meio do nada
com tanto por fazer.
Dizer é tão pouco.
Cantar as estrofes
é maré que não finda nada.
Fui eu que finei.
Prefiro morrer
por aquilo que fomos,
fosse um mar
ou um trago da fonte.
Água
Mágoa
de beber
e sobreviver.
Afundar e vir à tona
de novo.
Um baptismo pioneiro
e o asseio
do novo ser.
Mas vem sempre
o amor que por ali morreu.
Vou sobreviver
nesta vida nova
onde nós não somos
nada.
Melhor, eu não sou nada!
E há lá melhor
forma de dizer que o amor
que ali ficou,
antes da maré,
do trago e da morte
foi vida?
Vou sobreviver
enquanto vives alta
e límpida como a água.
Eu vou ser mar
de gente sem te ter.
Vou-me perder
nos recantos
e no tempo do mundo
até ser outra coisa qualquer.
Mesmo que seja
ser só eu.
sexta-feira, 5 de abril de 2019
Mar de Gente
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