Deu-se um dia
ao beijo
como se ele fosse de
dias. Fosse de tempo.
Há coisas supostas
para fazer pará-lo.
O beijo é um deles.
E há quem tenha
o dom de acertar
relógios comigo
e esquecermo-nos deles
na mesinha de cabeceira.
De saírmos dali
molhados em línguas.
[Nem se estende
nem míngua.]
Nem se entende
como o tempo desaparece.
Mas apetece
ficar no leito
desse seu beijo.
No lençol de comodidades
a que o amor faz
por se apresentar,
eterno.
O outro é o amor.
Havia um tempo
em que os beijos
faziam o amor.
Agora,
que o tempo não
nos ouve,
é o amor que faz
o meu beijo.
Esse imperfeito
acaso de amar
esse teu beijo.
Fico sem jeito
desse jeito.
Amor
com efeito,
Beijei-te.
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