quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Amar com razão

De quando em vez
apareces-me.
Acelera o batimento
cardíaco.
Uma vez mais
julgo ficar feliz.
Mas não fico.
Mas também não
fico triste.
Fico saudoso.
Por momentos.
Lamento! Mais não posso!

Adocicas-me
o jeito.
Mas refreio
esse teu desejo de me quereres
de volta.
Dificilmente creio.
Mas podes ouvir
da minha boca
um desejo.

Não me tentes!
Nem que tenha de cerrar
os maxilares.
Trancados.
Trincando os dentes.
Não te odeio.

Mas desamo-te!
E com razão.
Com toda a minha razão.
Não te amo
amor de paixão.
És um engano.
Uma ilusão.

Prefiro gostar.
Entreter-me sorrindo.
Mas nunca a ti.
Jamais por ti.
Desamarei com todo o meu
desejo.
Felizes os que seguirão
no meu carnavalesco cortejo.
Felizes com pouco ou mais
do que de ti, sorrirão!
Ouviste amor de papelão?
Há de nós com sentimentos
de razão.


Vaz Dias





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