domingo, 28 de dezembro de 2014

Rica vestes, pobre despes.

Tenho posses,
mas não as vês.
Sou muito mais rico
do que isso
a que a sociedade
te ilude a teres.
Veste esse fascínio.
e dos valores te dispas.
Embarca nesse consumo
contínuo.
Paga o tempo
e gasta os créditos.
Andas perdida de amores
pelo tipo
dos cartazes.
Aquele que vem fazer
uma presença 
numa qualquer discoteca.
É o mais bonito dos rapazes.
Vestes o teu melhor traje.
Polvilhas-te da cosmética
que ao sonho
à tua realidade traz.
És feliz e incapaz
desse teu figurino
mudar.
Pagas o sorriso que tens
até a fortuna gastares.
Lá no fim,
quando um pobre avistares,
sou eu,
nu, mas rico se gostares.

Vaz Dias

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