em segundo
bate o ponteiro
a caminho da tua
morada.
Bate mais profundo
o impulso
de te descobrir.
De te tocar a cara.
De te descobrir a silhueta.
O coração dispara.
A razão diz "pára!"
Sigo o natural decurso
do que nos completa.
O relógio que o ponteiro
acerta,
e a batida forte
da ansiedade e da
demorada espera, conte.
Quero de olhos cerrados
ignorar a hora
e descobrir-te
com tempo.
Ser audaz e ainda
jogá-lo fora.
Bate furiosamente
o ritmo cardíaco
e que aos sentidos
namora.
Eu sou a fauna.
Tu és a flora.
Eu animal
que o teu corpo devora.
Que à eternidade arreganha
os dentes
e ao tempo ignora.
Tornemos o tempo animal
e a eternidade uma escolha.
Vaz Dias
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