sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Tempo Animal

De segundo
em segundo
bate o ponteiro
a caminho da tua 
morada.
Bate mais profundo
o impulso
de te descobrir.
De te tocar a cara.
De te descobrir a silhueta.

O coração dispara.
A razão diz "pára!"

Sigo o natural decurso
do que nos completa.
O relógio que o ponteiro
acerta,
e a batida forte
da ansiedade e da
demorada espera, conte.

Quero de olhos cerrados
ignorar a hora
e descobrir-te 
com tempo.
Ser audaz e ainda
jogá-lo fora.

Bate furiosamente
o ritmo cardíaco
e que aos sentidos
namora.
Eu sou a fauna.
Tu és a flora.
Eu animal
que o teu corpo devora.
Que à eternidade arreganha
os dentes
e ao tempo ignora.

Tornemos o tempo animal
e a eternidade uma escolha.


Vaz Dias

Sem comentários:

Enviar um comentário