segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Sub-amado...

As palavras escoam-se.
Como as emoções
que do teu andar
se infiltram nas paredes
cansadas do meu quarto.
Não te vejo.
Sinto-te passeando.
Em passo deslizante
como a minha respiração
ofegante.
Não te beijo.
Sinto-te encostada
ao chão, me escutando.
Como se junto do meu
peito
buscasses o batimento,
o sentimento mais concreto
de como amo.
Perdoa-me!
É um engano.
Neste andar sub vivendo,
sub estando,
olho para cima
nada esperando.
Nem do céu,
nem do teu coração encostado
em chão partilhado
de teto meu ali me observando.
Palpita me parece
de um coração que carece.
Empresta-se do teu
para que neste compartimento
o amor ressoasse.
Se refizesse.
Mas não te vejo.
E agora atentamente olhando
nem lá em cima algo
mexe.
Uma vez mais me entrego
à possibilidade no sonho.
Que desças logo
quando o sub vizinho adormece.

Vaz Dias


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