Nas escarpas desta
Vida
Endureço o passo.
Sou o vendaval que ao
Ar convém.
Sou a velocidade
Que o tempo e o futuro
Perseguem.
Sou a água que a escarpa
Acaricia.
Sou a alma
Que também chora
Convicta.
Sou tão somente
Aquele que fica
E troca tanta perícia
Para que sorrias.
Vou onde estiveres.
Fico onde fores.
Em silêncio
Brademos aos céus.
Estou aqui. Confia!
Vaz Dias
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
domingo, 22 de fevereiro de 2015
Brotar a palavra
Assenta-se a escrita
Em conhecimento relativo.
Vale o que se sente
E ser criativo.
Sou parco em palavras
Aristocráticas.
E outras emblemáticas.
Penso que escrever
É comunicar.
Chegar a quem de alma
Queira ler.
Seja mais cara a leitura
Ou mais cara
A pessoa a relacionar.
Escreva-se a palavra
Que de dentro
Não chega a germinar
Se não for lida
Como alimentada
E em flor brotar.
Vaz Dias
Em conhecimento relativo.
Vale o que se sente
E ser criativo.
Sou parco em palavras
Aristocráticas.
E outras emblemáticas.
Penso que escrever
É comunicar.
Chegar a quem de alma
Queira ler.
Seja mais cara a leitura
Ou mais cara
A pessoa a relacionar.
Escreva-se a palavra
Que de dentro
Não chega a germinar
Se não for lida
Como alimentada
E em flor brotar.
Vaz Dias
Quentes silêncios
Em silêncios
se escutam olhares.
Como das nascentes
águas frescas
almejam quentes mares.
Vaz Dias
se escutam olhares.
Como das nascentes
águas frescas
almejam quentes mares.
Vaz Dias
sábado, 21 de fevereiro de 2015
Oh mar que te desterras
Oh mar que te
desterras deste meu pesar!
Leva-me na próxima maré
e ensina-me
de água respirar.
Inspiro-a como o amor
que em nossas lágrimas naufragou.
Como toda a chuva
que no mar dos tempos se molhou.
Porque desta terra o ar
é tão mais pesado de suportar.
Leva-me às tuas águas
de novo banhar.
Porque a água que chorámos
e que fizemos mar
faz de mim dono
do seu amor de novo reclamar.
Oh mar que te
desterras deste meu pesar!
Leva-me na próxima maré
e ensina-me
de água respirar.
Dos pecados me redemi.
Da alma, deles me fiz purgar
com lágrimas do passado
e do que delas aprendi a respirar.
Talvez aprenda o valor
da respiração... ou de viajar.
Talvez aprenda a amar a água.
E dar a volta que de volta a esta terra me traga.
Porque não foi o ar desta terra
que se fez pesar.
Foi não ter mais coração
quando o amor nas suas águas se fez zarpar.
Oh mar que te
desterras deste meu pesar!
Leva-me na próxima maré
e ensina-me
de água respirar.
Vaz Dias
desterras deste meu pesar!
Leva-me na próxima maré
e ensina-me
de água respirar.
Inspiro-a como o amor
que em nossas lágrimas naufragou.
Como toda a chuva
que no mar dos tempos se molhou.
Porque desta terra o ar
é tão mais pesado de suportar.
Leva-me às tuas águas
de novo banhar.
Porque a água que chorámos
e que fizemos mar
faz de mim dono
do seu amor de novo reclamar.
Oh mar que te
desterras deste meu pesar!
Leva-me na próxima maré
e ensina-me
de água respirar.
Dos pecados me redemi.
Da alma, deles me fiz purgar
com lágrimas do passado
e do que delas aprendi a respirar.
Talvez aprenda o valor
da respiração... ou de viajar.
Talvez aprenda a amar a água.
E dar a volta que de volta a esta terra me traga.
Porque não foi o ar desta terra
que se fez pesar.
Foi não ter mais coração
quando o amor nas suas águas se fez zarpar.
Oh mar que te
desterras deste meu pesar!
Leva-me na próxima maré
e ensina-me
de água respirar.
Vaz Dias
Enquanto me olhavas
Uma luz tapava
O seu olhar.
Tal era o brilho
Que a todos nós
Em searas de verão
Fazia semear.
Deleite de cevada
Enquanto tragava
O meu olhar...
Lisura de gesto
E de silêncios apalavrar.
Vaz Dias
O seu olhar.
Tal era o brilho
Que a todos nós
Em searas de verão
Fazia semear.
Deleite de cevada
Enquanto tragava
O meu olhar...
Lisura de gesto
E de silêncios apalavrar.
Vaz Dias
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Devir
A física assim nos prova.
Nos traz de volta
ao primordial do devir.
Transformámo-nos nestes corpos
e num objectivo a cumprir.
As almas que já fomos viajaram
até este posto.
Sem significância de um rosto.
Apenas para residirmos
e lutarmos com as limitações
que eles nos criam.
Caminhemos agora
como quem voa.
Em direcção ao outro.
O corpo fundir
e voltar a desprover
a lei física da nossa
inoperância.
Façamos do nosso corpo
a roupa que no chão
desarrumada cai.
Almas nuas que agora
apenas na eternidade
dos dias devem existir.
O corpo que é
agora um
voa.
Foi.
Vai.
Vaz Dias
Nos traz de volta
ao primordial do devir.
Transformámo-nos nestes corpos
e num objectivo a cumprir.
As almas que já fomos viajaram
até este posto.
Sem significância de um rosto.
Apenas para residirmos
e lutarmos com as limitações
que eles nos criam.
Caminhemos agora
como quem voa.
Em direcção ao outro.
O corpo fundir
e voltar a desprover
a lei física da nossa
inoperância.
Façamos do nosso corpo
a roupa que no chão
desarrumada cai.
Almas nuas que agora
apenas na eternidade
dos dias devem existir.
O corpo que é
agora um
voa.
Foi.
Vai.
Vaz Dias
domingo, 15 de fevereiro de 2015
Assim só...
Assim como quem consegue beijar o vento?
Assim como abraçar o calor do sol?
Assim como me fazes dono do tempo?
Ou assim como somos como um só?
Só te quero aqui assim.
Assim só...
Assim como abraçar o calor do sol?
Assim como me fazes dono do tempo?
Ou assim como somos como um só?
Só te quero aqui assim.
Assim só...
E quem beija o vento respira todo o seu ar.
E quem abraça o calor aquece quem cá passar.
E o tempo dispenso-o para juntos o vermos a estagnar...
Assim tão bom. Para contigo partilhar...E o tempo dispenso-o para juntos o vermos a estagnar...
Assim só...
Vaz Dias
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
Deflagras-me...
E uma luz se acendeu
no meio de tantas chamas.
Ardiam.
Mas és tu que me chamas.
Num brilho ténue
que de longe chegas.
Uma estrela bela
em centenas de milhares,
de infinitos anos luz.
Ardes em ti. Deflagras-me...
Vaz Dias
no meio de tantas chamas.
Ardiam.
Mas és tu que me chamas.
Num brilho ténue
que de longe chegas.
Uma estrela bela
em centenas de milhares,
de infinitos anos luz.
Ardes em ti. Deflagras-me...
Vaz Dias
Enquanto o cinzento do céu, por nós chorava...
Chovia lá fora.
Deitados,
abraçava-te por trás.
Defendia-te do cinzento
que escorria
em aguaceiro pela janela.
Os estalidos que
da persiana gemiam
formavam uma cançoneta
que em surdina
se transformavam
e nos embalavam
para a anestesia
dos nossos sentidos.
Escolhêramos assim.
Os dias cinzentos
para sermos felizes
-ou menos tristes-.
Estávamos juntos porque
os anos passavam.
Era um pouco melhor do que estar
só.
Não muito mais.
Mas contigo
a emoção tépida acalmava
os desamores
e terrores
que apoquentavam a nossa humanidade.
Éramos menos humanos
mas mais próximos.
Nem os nossos corpos ralhavam.
Encostavam-se apenas
na berma dos dias cinzentos.
Onde as lágrimas deram lugar
aos aguaceiros em vidro
de inverno.
Éramos quase cinza
mas descoloridamente felizes.
Encostados apenas
nos prometíamos manter mornos.
Paliativamente nos contornos
um do outro.
Enquanto o tempo passava.
Enquanto o cinzento do céu,
por nós chorava...
Vaz Dias
Deitados,
abraçava-te por trás.
Defendia-te do cinzento
que escorria
em aguaceiro pela janela.
Os estalidos que
da persiana gemiam
formavam uma cançoneta
que em surdina
se transformavam
e nos embalavam
para a anestesia
dos nossos sentidos.
Escolhêramos assim.
Os dias cinzentos
para sermos felizes
-ou menos tristes-.
Estávamos juntos porque
os anos passavam.
Era um pouco melhor do que estar
só.
Não muito mais.
Mas contigo
a emoção tépida acalmava
os desamores
e terrores
que apoquentavam a nossa humanidade.
Éramos menos humanos
mas mais próximos.
Nem os nossos corpos ralhavam.
Encostavam-se apenas
na berma dos dias cinzentos.
Onde as lágrimas deram lugar
aos aguaceiros em vidro
de inverno.
Éramos quase cinza
mas descoloridamente felizes.
Encostados apenas
nos prometíamos manter mornos.
Paliativamente nos contornos
um do outro.
Enquanto o tempo passava.
Enquanto o cinzento do céu,
por nós chorava...
Vaz Dias
Amar Assim Assim
No limiar do cansaço
há quem desista.
Eu não sou assim.
Já desisti...
Levanto todos os dias
esta carcaça,
na esperança que perdi.
Algures por ali.
Perto do teu coração.
Na vizinhança
de quem como tu me aflige
o gentil motor
da combustão emocional.
Eu apenas sou normal.
Vocês que sabem amar,
têm razão.
Os que continuam
a amar sem aparente
ordem ou noção
de cansaço.
Os que não têm embaraço
no que aos normais
deixaram.
A poeira e o atraso
das vossas tão bem
escolhidas
vidas de livrinho de cordel.
Os normais
cerram dentes
mastigando o pó
mas sorrindo
da felicidade de papel.
Desisti. (pois é!)
Desisti de amar assim.
Se é que alguma vez amei.
Ou assim assim.
há quem desista.
Eu não sou assim.
Já desisti...
Levanto todos os dias
esta carcaça,
na esperança que perdi.
Algures por ali.
Perto do teu coração.
Na vizinhança
de quem como tu me aflige
o gentil motor
da combustão emocional.
Eu apenas sou normal.
Vocês que sabem amar,
têm razão.
Os que continuam
a amar sem aparente
ordem ou noção
de cansaço.
Os que não têm embaraço
no que aos normais
deixaram.
A poeira e o atraso
das vossas tão bem
escolhidas
vidas de livrinho de cordel.
Os normais
cerram dentes
mastigando o pó
mas sorrindo
da felicidade de papel.
Desisti. (pois é!)
Desisti de amar assim.
Se é que alguma vez amei.
Ou assim assim.
Quero-te!
Quero-te!
Como me queres.
Não esperes.
Nem pela demora.
Chegou a hora.
Quero-te!
Minha senhora!
Como me queres.
Não esperes.
Nem pela demora.
Chegou a hora.
Quero-te!
Minha senhora!
Quero-te!
Vaz Dias
Vaz Dias
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
Quimera Chama
Como aqui chegamos?
Não é de hoje.
Não tardará a ser o milésimo
Do infinito futuro.
E com os deuses
Conjuro o que
Os teus haviam já
Predestinado.
Se o tempo não
É nosso
Como o não é dos
Nossos alto emissários,
Para que o queremos
Mais do que um e ao outro?
Queiramo-nos mais
E que a quimera dite
O que não queremos.
Não é de hoje.
Não tardará a ser o milésimo
Do infinito futuro.
E com os deuses
Conjuro o que
Os teus haviam já
Predestinado.
Se o tempo não
É nosso
Como o não é dos
Nossos alto emissários,
Para que o queremos
Mais do que um e ao outro?
Queiramo-nos mais
E que a quimera dite
O que não queremos.
Que a chama se apague...
Antes duma vela que queimara
Vaz Dias
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Palavra Nua
Comunicamo-nos o silêncio.
Fazemos ao outro perceber
as ínumeras palavras
que não queremos dizer.
Ai a palavra que lhe fará doer!
Se contorcer em aguda dor
que lhe estou para atirar.
Não desejamos o outro
magoar?
Ofender?
Maltratar?
Nós não desejamos é sentir
essa dor nos trespassar.
Até para o mais esquecido
da bondade no seu coração,
sente essa grave
sensação de ao próximo
causar comoção.
Por isso tudo faz
para a dor esconder de si.
Eu não gosto dela.
Nem a partilhar.
Conforto-me no silêncio, sim.
Não para evitar a dor,
nem ao próximo,
nem a mim.
Reservo-me à mudez
para as palavras boas serem
cuidadas.
Para as pessoas que gosto
lhes serem depois ofertadas.
Assim agradeço também
a sua.
Recebamos o gesto comum
como ofertas de tempo
que agora se silencia.
Para sorrirmos de mudez
e também de palavra nua.
Vaz Dias
Fazemos ao outro perceber
as ínumeras palavras
que não queremos dizer.
Ai a palavra que lhe fará doer!
Se contorcer em aguda dor
que lhe estou para atirar.
Não desejamos o outro
magoar?
Ofender?
Maltratar?
Nós não desejamos é sentir
essa dor nos trespassar.
Até para o mais esquecido
da bondade no seu coração,
sente essa grave
sensação de ao próximo
causar comoção.
Por isso tudo faz
para a dor esconder de si.
Eu não gosto dela.
Nem a partilhar.
Conforto-me no silêncio, sim.
Não para evitar a dor,
nem ao próximo,
nem a mim.
Reservo-me à mudez
para as palavras boas serem
cuidadas.
Para as pessoas que gosto
lhes serem depois ofertadas.
Assim agradeço também
a sua.
Recebamos o gesto comum
como ofertas de tempo
que agora se silencia.
Para sorrirmos de mudez
e também de palavra nua.
Vaz Dias
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
De desabafo, nada...
Preciso de descrever
O que de fora
Para dentro me faz sentir.
O que de dentro
Para fora me falta prescindir.
Falta-me tudo
No absolutamente nada.
Falta-me nada aí também
Contido.
Contido e com nada.
Que se grite
Libertinamente!
Em liberdade convocada.
Seja a nossa impaciência
Ruidosamente amplificada!
Que nada fique por
Dizer. Nada!
Vaz Dias
O que de fora
Para dentro me faz sentir.
O que de dentro
Para fora me falta prescindir.
Falta-me tudo
No absolutamente nada.
Falta-me nada aí também
Contido.
Contido e com nada.
Que se grite
Libertinamente!
Em liberdade convocada.
Seja a nossa impaciência
Ruidosamente amplificada!
Que nada fique por
Dizer. Nada!
Vaz Dias
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
Luz Negra
Na escuridão do olhar
repousa a luz dos dias.
Perde-se a sombra na alegria
que os olhos escuros resplandeciam.
Vertiginosamente,
eram os olhos dos outros
que em terra escura padeciam.
Buscavam uma sombra
do calor que sentiam,
e para lá caíam.
Era a mulher do deserto.
A sombra
e o oásis que os caminhantes
sequiosos queriam.
Padecer seria em terra prometida
viver,
Dos olhos escuros,
terra luz que escolheriam
eternamente se fazerem
ver.
Vaz Dias
Enquanto uma eternidade desliza...
Vamos.
Sigamos caminho para
a orla do tempo.
Lá onde o vento se depara
com o iodo que o mar nos oferece.
Abraço-te -quente -
prometendo-te amor
nos beijos que te aquecem
o nosso contentamento.
O tempo que parámos no vento
em brisa.
Deixemos em câmara lenta,
até quando quisermos,
estarmos juntos.
Enquanto uma eternidade
desliza...
Vaz Dias
Sigamos caminho para
a orla do tempo.
Lá onde o vento se depara
com o iodo que o mar nos oferece.
Abraço-te -quente -
prometendo-te amor
nos beijos que te aquecem
o nosso contentamento.
O tempo que parámos no vento
em brisa.
Deixemos em câmara lenta,
até quando quisermos,
estarmos juntos.
Enquanto uma eternidade
desliza...
Vaz Dias
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Amores infundados de razão
Não tenho jeito
para esse mimo
que me faz
cumprir por defeito.
Esse truque feminino
de deixar um tipo
melindrado com o
seu erro,
que reverte a desfavor
deste incauto sujeito.
Haja alma para nos
deixar levar
pela ignorância
e cumprir o nobre destino
do "amor perfeito".
Hajam outros mais
habilitados a essa glória.
Este oferece-se a indicar
umas tantas senhoras
para os demais sujeitos
construírem
tão procurada
e bela história.
Fico por aqui meditando
enquanto desconfio
de nova convocatória.
Ignoro?
Ignorantemente agradeço?
Passo.
É demasiado amor
para tão pouco espaço.
Escrevo mais uma preparatória
ilusão.
Antes escrita
do que vivida de novo
à revelia da razão.
Vaz Dias
para esse mimo
que me faz
cumprir por defeito.
Esse truque feminino
de deixar um tipo
melindrado com o
seu erro,
que reverte a desfavor
deste incauto sujeito.
Haja alma para nos
deixar levar
pela ignorância
e cumprir o nobre destino
do "amor perfeito".
Hajam outros mais
habilitados a essa glória.
Este oferece-se a indicar
umas tantas senhoras
para os demais sujeitos
construírem
tão procurada
e bela história.
Fico por aqui meditando
enquanto desconfio
de nova convocatória.
Ignoro?
Ignorantemente agradeço?
Passo.
É demasiado amor
para tão pouco espaço.
Escrevo mais uma preparatória
ilusão.
Antes escrita
do que vivida de novo
à revelia da razão.
Vaz Dias
Enquanto o tempo nos quiser
(...)
"Nada.
Sou livre.
Até para perder.
Encontrar e deixar ir.
Sorrir e cerrar os dentes.
Para continuar como dantes.
Sorrindo e dos meus desejos flutuantes fazer viagem.
Não quero ninguém.
Quero dar e seguir.
É assim que os de coração enorme agem.
Não morrem das vezes todas.
Apenas seguem viagem.
Para outro tempo.
Enquanto o tempo nos quiser.
Se te convier.
E a mim,
o quanto oferecer te puder."
Vaz Dias
"Nada.
Sou livre.
Até para perder.
Encontrar e deixar ir.
Sorrir e cerrar os dentes.
Para continuar como dantes.
Sorrindo e dos meus desejos flutuantes fazer viagem.
Não quero ninguém.
Quero dar e seguir.
É assim que os de coração enorme agem.
Não morrem das vezes todas.
Apenas seguem viagem.
Para outro tempo.
Enquanto o tempo nos quiser.
Se te convier.
E a mim,
o quanto oferecer te puder."
Vaz Dias
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
Seja Quem Fores
Não foi amor.
Nem tempo dele.
Não foi o pior do que ele
nos armadilha.
Não foi despeito.
Nem tempo dele.
Não foi o pior do que ele
depois nos maravilha.
Nem foi dor.
Nem houve tempo
para ela.
O amor que não houve
também não nos
levou a vivê-la.
Muito menos houve
'perder-te'.
Porque nem tivemos tempo
para nos ganharmos.
Para juntos
nos termos perdido.
Não nos amarmos
e nos termos rendido.
Talvez quis querer-te.
Mas do que nos vale
o tempo,
o despeito,
a dor e o amor,
se sei que mais uma vez
seja quem fores,
irei de novo perder-te?
Vaz Dias
Nem tempo dele.
Não foi o pior do que ele
nos armadilha.
Não foi despeito.
Nem tempo dele.
Não foi o pior do que ele
depois nos maravilha.
Nem foi dor.
Nem houve tempo
para ela.
O amor que não houve
também não nos
levou a vivê-la.
Muito menos houve
'perder-te'.
Porque nem tivemos tempo
para nos ganharmos.
Para juntos
nos termos perdido.
Não nos amarmos
e nos termos rendido.
Talvez quis querer-te.
Mas do que nos vale
o tempo,
o despeito,
a dor e o amor,
se sei que mais uma vez
seja quem fores,
irei de novo perder-te?
Vaz Dias
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Fomos. Em chuva molhada.
Um nada.
Um tudo do que poderia
ter sido.
Um nada para ter
sido tudo.
Um tudo.
De silêncio em dia
de inverno.
Chora a chuva,
quase surda molhada.
Em surdina,
ainda menos.
Nada.
Para lá da nortada,
vem o vento,
quase mudo.
De lembranças.
Tudo.
Contudo,
das nossas quentes
e íntimas jornadas;
das nossas promessas,
eternas e veladas,
ficaram pelo tempo,
levadas.
Almas de águas
lavadas.
Lágrimas contidas,
lá no fundo fechadas.
Fomos...
Fomos nada.
Um tudo nada...
Tudo!
Vaz Dias
Um tudo do que poderia
ter sido.
Um nada para ter
sido tudo.
Um tudo.
De silêncio em dia
de inverno.
Chora a chuva,
quase surda molhada.
Em surdina,
ainda menos.
Nada.
Para lá da nortada,
vem o vento,
quase mudo.
De lembranças.
Tudo.
Contudo,
das nossas quentes
e íntimas jornadas;
das nossas promessas,
eternas e veladas,
ficaram pelo tempo,
levadas.
Almas de águas
lavadas.
Lágrimas contidas,
lá no fundo fechadas.
Fomos...
Fomos nada.
Um tudo nada...
Tudo!
Vaz Dias
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Teus olhos, claro!
Olhas-me de olhos claros.
Tão claros como dos
meus olhas.
Tão claros como vidro
de espelho que refletem
o que de claros os meus
prometem.
Admiras-te da parecência
na claridade dos olhos
e na comungada
aparência.
Tremes o que treme
quem te olha.
Porque é claro
que do mesmo olhar
o teu do meu,
também de alegria
colhe!
Vou-me embora.
Refletes-me demais
o que o dia me quer
e a noite chora.
Vou-me embora.
Esconder-me, claro,
em ti,
no olhar
e no adiantado da hora.
Vaz Dias
Tão claros como dos
meus olhas.
Tão claros como vidro
de espelho que refletem
o que de claros os meus
prometem.
Admiras-te da parecência
na claridade dos olhos
e na comungada
aparência.
Tremes o que treme
quem te olha.
Porque é claro
que do mesmo olhar
o teu do meu,
também de alegria
colhe!
Vou-me embora.
Refletes-me demais
o que o dia me quer
e a noite chora.
Vou-me embora.
Esconder-me, claro,
em ti,
no olhar
e no adiantado da hora.
Vaz Dias
Areia de praia em brisas
Segurei-te em côncava mão.
Não queria que
seguisses noutras brisas.
Queria-te por perto,
o mais perto possível
do coração.
Não queria que por entre
os dedos me escorregasses
por desleixada atenção.
E por muito que ali te
detivesses,
não era ali que te guardarias.
Escorregaste.
Fugiste.
Voaste!
Areia de praia em brisas,
não te semeaste em amor
na minha mão.
Não foste feita para estar
nem precisas.
Foste te libertando no tempo.
Lentamente.
Tão somente...
De grão em grão...
Em grão...
Vaz Dias
Não queria que
seguisses noutras brisas.
Queria-te por perto,
o mais perto possível
do coração.
Não queria que por entre
os dedos me escorregasses
por desleixada atenção.
E por muito que ali te
detivesses,
não era ali que te guardarias.
Escorregaste.
Fugiste.
Voaste!
Areia de praia em brisas,
não te semeaste em amor
na minha mão.
Não foste feita para estar
nem precisas.
Foste te libertando no tempo.
Lentamente.
Tão somente...
De grão em grão...
Em grão...
Vaz Dias
Sopro de coração
Venho por este,
O segredo,
Soprar-lhe uns pequenos
Verões.
Que mais pode
Este quase desconhecido
Das suas estações
Mais almejar?
Pode um pretendente,
A poeta,
Pelo balanço do verso
Soprar-lhe
brisas de primavera?
Pode ele ser
Digno de lançar
Ilusões na orla
Do calor da donzela?
Pode ele ser dono
Do seu sorriso,
Nem que seja
Pelo ocaso de
Um cometa?
Pode até nem ser nada.
Mas bom malandro
De ocasião,
Que lhe rouba
Esse segredo,
E merecedor de um
Sopro de coração...
Vaz Dias
O segredo,
Soprar-lhe uns pequenos
Verões.
Que mais pode
Este quase desconhecido
Das suas estações
Mais almejar?
Pode um pretendente,
A poeta,
Pelo balanço do verso
Soprar-lhe
brisas de primavera?
Pode ele ser
Digno de lançar
Ilusões na orla
Do calor da donzela?
Pode ele ser dono
Do seu sorriso,
Nem que seja
Pelo ocaso de
Um cometa?
Pode até nem ser nada.
Mas bom malandro
De ocasião,
Que lhe rouba
Esse segredo,
E merecedor de um
Sopro de coração...
Vaz Dias
Sonhada e Esculpida
É num olhar
À queima roupa
Que a pele arde.
Se fere de proximidade
Ao ardor dos sentidos.
Uma mulher que
Inabaladamente suspira
Da paixão envolvente.
Remete-se irremediavelmente
Ao siso que o pretendente
Esculpira.
Era nessa pose eterna
De beleza plena
Que ele a torneara
No seu ateliê
De sonhos e desejos.
Uma dádiva da arte.
Olimpo e Grécia antiga.
Uma deusa à parte.
Humanamente bela.
Simplesmente,
Linda.
Simplesmente.
Vaz Dias
À queima roupa
Que a pele arde.
Se fere de proximidade
Ao ardor dos sentidos.
Uma mulher que
Inabaladamente suspira
Da paixão envolvente.
Remete-se irremediavelmente
Ao siso que o pretendente
Esculpira.
Era nessa pose eterna
De beleza plena
Que ele a torneara
No seu ateliê
De sonhos e desejos.
Uma dádiva da arte.
Olimpo e Grécia antiga.
Uma deusa à parte.
Humanamente bela.
Simplesmente,
Linda.
Simplesmente.
Vaz Dias
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