No limiar do cansaço
há quem desista.
Eu não sou assim.
Já desisti...
Levanto todos os dias
esta carcaça,
na esperança que perdi.
Algures por ali.
Perto do teu coração.
Na vizinhança
de quem como tu me aflige
o gentil motor
da combustão emocional.
Eu apenas sou normal.
Vocês que sabem amar,
têm razão.
Os que continuam
a amar sem aparente
ordem ou noção
de cansaço.
Os que não têm embaraço
no que aos normais
deixaram.
A poeira e o atraso
das vossas tão bem
escolhidas
vidas de livrinho de cordel.
Os normais
cerram dentes
mastigando o pó
mas sorrindo
da felicidade de papel.
Desisti. (pois é!)
Desisti de amar assim.
Se é que alguma vez amei.
Ou assim assim.
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