sábado, 21 de fevereiro de 2015

Oh mar que te desterras

Oh mar que te
desterras deste meu pesar!
Leva-me na próxima maré
e ensina-me
de água respirar.

Inspiro-a como o amor
que em nossas lágrimas naufragou.
Como toda a chuva
que no mar dos tempos se molhou.

Porque desta terra o ar
é tão mais pesado de suportar.
Leva-me às tuas águas
de novo banhar.

Porque a água que chorámos
e que fizemos mar
faz de mim dono
do seu amor de novo reclamar.

Oh mar que te
desterras deste meu pesar!
Leva-me na próxima maré
e ensina-me
de água respirar.

Dos pecados me redemi.
Da alma, deles me fiz purgar
com lágrimas do passado
e do que delas aprendi a respirar.

Talvez aprenda o valor
da respiração... ou de viajar.
Talvez aprenda a amar a água.
E dar a volta que de volta a esta terra me traga.

Porque não foi o ar desta terra
que se fez pesar.
Foi não ter mais coração
quando o amor nas suas águas se fez zarpar.

Oh mar que te
desterras deste meu pesar!
Leva-me na próxima maré
e ensina-me
de água respirar.

Vaz Dias



Sem comentários:

Enviar um comentário