segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Devir

A física assim nos prova.
Nos traz de volta
ao primordial do devir.
Transformámo-nos nestes corpos
e num objectivo a cumprir.
As almas que já fomos viajaram
até este posto.
Sem significância de um rosto.
Apenas para residirmos
e lutarmos com as limitações
que eles nos criam.
Caminhemos agora
como quem voa.
Em direcção ao outro.
O corpo fundir
e voltar a desprover
a lei física da nossa
inoperância.
Façamos do nosso corpo
a roupa que no chão
desarrumada cai.
Almas nuas que agora
apenas na eternidade
dos dias devem existir.
O corpo que é
agora um
voa.
Foi.
Vai.

Vaz Dias

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