segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Avenida de oportunidades

Deitei-me.
Fechei o pensamento
Que trazia
Ao volante.
A vida que passa lá
Fora.
As oportunidades que perdemos,
As outras que por qualquer razão
Nos escaparam
(E tanto que lutámos por elas),
A sorte e o mérito.
A sorte sem mérito.
O mérito por si.
A serenidade que adveio
Da espera
Que adveio do esforço.

Abri um pisca à direita.

É nesta rua que moro agora.
Uma avenida de oportunidades.
Livre
E as outras terras.
As outras oportunidades
E satisfação que não mora
No mesmo lugar
Sempre.

Inquieto e nervo
De impelir.
Ir de saber ficar.
Voltar
E mudar.
Destemor.

Amor.

Desligo o motor
E a música que abranda
No cérebro
Para dar lugar
À palavra.

Arrefece
E desencosto das trivialidades.
Um "gosto"
E mais outro que diz
O que se disse e se desdiz.

Volto às luzes que vi
Passarem para trás
E as sombras
Que dançavam no carro.
Foi ali que fiquei.
Viajando onde
Nada me segura...
Nem o assento,
Nem a rua.

Só mente.

VAz Dias

#palavradejorge

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