quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Levitar Plumas

A sorte de um
Homem é saber
Que quem lhe cai
Melhor
Nunca sobra
Da multidão.
Antes é
A pessoa que enaltece
O seu ser.
Pelo pior
E pelo melhor.
Pela espera
E a busca
Que nunca se esgotou
Em ninguém.
Presente e para além
Do conformismo.
Para quê mais do mesmo
Quando podemos
Nos rever
No melhor de nós?
No sopro ténue
Nas nossas mazelas
E crueza acumuladas?

Nunca nos devemos
Contentar com
Apenas as nossas
Pequenezas.
Com as nossas inferioridades
E desconfiança de mérito.

Alcancei a vista
Vertical
Sem sobranceria.
Não subi às alturas
Da multidão
Para a ver melhor.
Aceitei que se fossem.
Que não fossem.
Subi
Porque emagreci
Em pluma
De todas as frustrações
E intenções.
Levitei
E dali a vislumbrei.
Não que fosse maior.
Não que fosse mais
Elevada.
Porque para lá da multidão
Vivia ela
Sem se pôr em bicos
De pés.
Apenas ela
No seu sorriso
E calma.
Na vida que dela
Me chamava.

É assim que se ama?

VAz Dias

#palavradejorge

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