Porque deixaste
O fogo se interpusesse
Entre nós?
Calaste a minha voz
Com o argumento
De sermos esta outra diferença.
Que tínhamos uma cena fixe
Quando o tempo
Era bom.
Bom,
E agora o que me dizes
Deste ardor
Que nos levou
Os campos
E as arribas da alma?
Pediste-me calma
Quando vi o calor
A fazer frente
Ao vento.
Estás contente?
Não sei quem é o mais
Doente
Ou o que tenha mais amor.
Mas afinal não tínhamos
De ser perante esta frente.
Nunca fomos
Porque vieste
E foste.
Foste um furacão
Que transformou
O verde, o ar
E o meu amor
Em carvão.
Cuspo cinza
Do que não foi.
Só da tua passagem
E do meu choro.
Que chorasse eu
A tempo e tu
Nem pouco mais
De vento
Tivesses sido.
Mataste a possibilidade
Mas cá ficamos.
Encostados
Ao dia de amanhã
E à vontade
De tudo de novo refazer.
Não haver furacão
Ou filho da mãe
Que nos fará render.
Temos pulmão para soprar
E ainda mais
Coração semeado
Para árvores crescer.
A flora é nossa.
Agora.
Passa!
VAz Dias
#palavradejorge
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