Foi sem apelo
Que a deixei ir.
Ela não era de ninguém.
Nem de si própria
Naquele momento.
Deixei-a ir como
Outras e outros
Que não tinham tempo
Para mim.
Nem para si próprios
Sabiam já o que era
O tempo.
O amor consegue fazer
Isso a uma pessoa.
Tirar-lhe a alma
E deixá-la só em corpo
Presente.
Sem tempo.
Sem noção de tempo.
Só uma lembrança
Do que fora a alma.
Um resquício
De ir em sua demanda
De novo.
Um vislumbre
Do que poderá ser de novo.
Eu sei porque a perdi.
Ficara uma luz ligada
Lá fora.
Aquela porta não se tinha
Fechado inteiramente.
Eu fiquei à espera de saber
O que era luz
Em adulto.
Não era a mesma coisa...
VAz Dias
#palavradejorge
Sem comentários:
Enviar um comentário