Eu e a Mata
Éramos amigos para ser.
Até tínhamos uma energia
Muito nossa.
Acreditava que ela
Seria só minha.
Mas não a tratei
Bem.
Menosprezei-a.
Abandonei o que ela de
Melhor me dava.
Mas nem para amigos
Pudémos ficar.
Deixei-a sempre
Só.
E ela esperava
A cada sopro que voltasse.
Esperava que a cada
Respirar
Me lembrasse de si.
Um pulmão para mim.
Mas não.
Hiperventilei
E deixei-a na mão criminosa.
Em quem a via bela
A arder.
Deixei-a sozinha
E não cuidei dela.
Neste dia podia desculpar-me
Com tudo
Mas não posso.
Perdi uma amiga
Que nem ar pôde
Ser para.
Quem mata a Mata
Senão quem a nunca
Amou
Como o próprio ar
Que respira.
Perdeu-se uma amizade
E um pulmão.
Somos doentes.
Estamos mortos por dentro...
VAz Dias
#palavradejorge
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