Sou embarcação lançada em mar.
Como se fora de papel.
O mar.
E a embarcação a poesia.
Escrevo os contornos
da ventania
e absorvo o advento
da maresia.
E o que ela escrevia
não se desalinhava em papel.
Ancorava-me em alto-mar
de travessia.
Ora revolto me colhia
ora brando me fugia.
Que papel a navegar
se ela,
ora vento
ora maresia,
não se interessava
de batel
ou do que descreve em mar
quando sua existência
era soprar,
seguir e se evaporar?
Poesia no ar
nem ao mar se fazia
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