sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Sem lamento. A contento.

Tu és o meu muro
de lamentações.
Porque te calaste.
Porque aí permaneceste
dura e quieta.
Estóica por defeito.
Impávida e eu pouco sereno.
Lamento!
Lamento seres isto.
Rígida e de xisto.
Lamento não te ser fiel
e continuar a chorar
a minha fé,
o meu desejo puro,
no teu tão duro e escuro
muro de lamentações.
Lamento não ter coração
para a tua pesada
armação de blocos
postos uns sobre outros
como falta de memória
ou saudade
ou humanidade.
Quando caíres,
partires ou já não resistires
à intempérie do tempo
lamenta essa verticalidade.
Lamento a tua verdade
e eu cá gritarei ao vento
e ao tempo
e de volta pelo menos
ar terei e não lamento.
Respirarei a contento
e tu mais não serás
a barreira que passei
a tempo. Sem lamento.
A contento.

VAz Dias

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