sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Porta da rua

A meio da porta me deixaste.
A meio caminho de nós
ficaste.
Essa porta que abria
ao sabor da tua conveniência.
Não sou mais
porque já fui mais
da insistência.
Quem mais morava
na tua cabeça?
Para lá dessa porta
que por vezes se travava?
Que me travava.
És apenas uma criança.
Buscando menos respostas
do que eu para além
das tuas portas.
De uma para outra,
da derradeira
à primeira,
fui-me quedando à rua.
A iniciativa materializada
pelo desgaste
a que te acaricio.
A que os que atrás dessas portas
te acariciam.
Desgaste, não porque mais
te queriam,
são portas de mais
que se interpõem,
que colocas entre nós...
muitas mais do que
as que se deviam.
Deixaste-me na rua,
fora de portas,
fora de ti,
fora das divisões nossas.
Sou da rua
e tu não voltas.
Sou da rua
porque me viraste
as costas.
Fecharam-se mais portas
do que
as que se abriram.

VAz Dias

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