quarta-feira, 30 de março de 2016

Num ápice... num ápice!

Mudo a página
porque aqui me pareces
diferente.
Escrevo diferente
de cérebro meio dormente
e os sentidos em alvoroço.
Mudei
e mudo
a contento
e a descontento.
Algum descontentamento
que se faz aparecer pelo
tempo
e o tempo a que longe de ti
me prendo.
Não me entendo
nesse firmamento
de saturação ao envolvimento.
(Como posso?)
Provenho da perda
e tu à frente
o desafio.
Tu oh vida de sorriso fácil
e de lânguido traço
que me abocanhas
o pescoço e o meu lado devasso.
Fazes frio na barriga
e calor na ponta.
Nas pontas.
Estou de pontas
e tu que te aprontas
a me despir
em camadas de tempo
e de vergonha.
Sem vergonha és tu,
que sorris para mim
sua fácil!
E eu duro, não posso!
Porque fácil seria eu
aí no teu regaço
e a te engolir o tempo
e a perder-me.
A contento
e a tempo antes do
descontentamento.
Num ápice...
num ápice!

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