quinta-feira, 3 de março de 2016

Oiço. E movo-me. Sigo de novo.

Encosto-me agora às palavras.
Vinha mudo
olhando o mundo
de ouvido atento
e tacto endurecido
no guiador que me leva
em frente e
a perder-me nas cores
e sons
que a natureza
nos ofertou. Oiço.
Como que induzido
pelas drogas da terra.
Quimicamente misturado
das simplicidades envolventes.
Tudo se potencia
aos meus sentidos naturalmente.
Envelheço contente.
Para-se o tempo
e envelhecer é ser de novo.
É ver tudo de novo.
É tocar e ser tocado
pelo que sempre houve.
Oiço o tempo parado
no riacho que segue
e no canto da ave.
Ao sabor do futuro provo
o que é tempo parado
que naturalmente
de tudo se move.
Oiço. E movo-me.
Sigo de novo.


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

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