Eu não sou eu.
Quando escrevo
esse sim, sou esse.
Como a primeira impressão
que a cada um pertence.
Para ele também
também não sou esse.
Quem somos para
cada um?
Para uns o que nos conviesse.
Para outros o que viesse.
Para todos o que lhes interesse.
E até a quem somos
alheios. Não sermos ninguém.
Também não somos
quando de nós também imagem
outros não têm.
Se somos assim tantos
e até nada,
porque fica uma pessoa preocupada?
Se também não sou quem era neste começo.
Devo preocupar-me porque
porventura já não me conheço?
Somos talvez quem
melhor nos conhece,
mesmo que esse não seja
aquele que se quisesse.
Mas a cada momento podemos mudar.
Esse pode ser este novo este.
Ou aquele que este também sonhou.
Podemos ser quem quisermos
desde que o ser
seja o que se prometeu.
Felizes os que se procuram.
Também eu.
VAz Dias
quarta-feira, 24 de junho de 2015
terça-feira, 23 de junho de 2015
Um belo borra-bota!
De derrota em derrota
me transformei
nesse idiota,
que de estranho ao mundo
com os restantes
me confundo.
Agiota do tempo
com pouco me contento,
contando que pouco
seja outro tanto
daquele que estranha
o meu tudo.
Contudo, para ele
serei sempre um idiota.
Pobre borra-bota
que da imagem
e posse pouco demonstra
ou tem para se vangloriar.
Tenho esta pouca
bagagem de me expressar.
Sim sou pobre,
por ainda seu léxico
não dominar.
Por vezes preferia tão pobretanas
me deixar ficar.
Mas a verve e a vontade
fazem ferver
e algo porventura ganhar.
O tempo senhores.
O tempo é meu para poupar.
Quando morrerdes
há muito que me pus
a andar.
Não tive o elixir
para os erros remediar,
muito menos o bisturí
para a pele esticar.
Morri velho e podre.
Mas ainda aqui estou
para vos lembrar,
que estas palavras serão por vós lidas
antes de no meu túmulo virar.
Quando fechar os olhos
sei que vou descansar.
"E o senhor, ainda tem medo
de aí à beira da vida se encostar?"
Morri velho senhores,
bem mais belo com a pele por esticar.
me transformei
nesse idiota,
que de estranho ao mundo
com os restantes
me confundo.
Agiota do tempo
com pouco me contento,
contando que pouco
seja outro tanto
daquele que estranha
o meu tudo.
Contudo, para ele
serei sempre um idiota.
Pobre borra-bota
que da imagem
e posse pouco demonstra
ou tem para se vangloriar.
Tenho esta pouca
bagagem de me expressar.
Sim sou pobre,
por ainda seu léxico
não dominar.
Por vezes preferia tão pobretanas
me deixar ficar.
Mas a verve e a vontade
fazem ferver
e algo porventura ganhar.
O tempo senhores.
O tempo é meu para poupar.
Quando morrerdes
há muito que me pus
a andar.
Não tive o elixir
para os erros remediar,
muito menos o bisturí
para a pele esticar.
Morri velho e podre.
Mas ainda aqui estou
para vos lembrar,
que estas palavras serão por vós lidas
antes de no meu túmulo virar.
Quando fechar os olhos
sei que vou descansar.
"E o senhor, ainda tem medo
de aí à beira da vida se encostar?"
Morri velho senhores,
bem mais belo com a pele por esticar.
Arde-me!
Eu sou o fogo que te apaga.
Arde comigo, convido-te.
Acabo queimado
convicto
que a chama era minha
e tu a paga.
Apaga-me antes que arda.
Arde-me!
Arde-me repito!
VAz Dias
Arde comigo, convido-te.
Acabo queimado
convicto
que a chama era minha
e tu a paga.
Apaga-me antes que arda.
Arde-me!
Arde-me repito!
VAz Dias
Flôr ou um jardim sem chão
Caiu a mão da flôr.
Caiu-me a flôr da mão.
Não há tristeza nem dor.
Nunca deveria haver, senão,
quando uma flôr
nos passou pela mão,
nos amaciou a primavera,
o inverno, o outono
e um outro verão.
Caiu a mão da flôr
que do meu rosto fazia
coração.
Que de coração o rosto
fazia mão.
Nela não havia mão.
A flôr caiu no goto
de outro. Era de outro
o rosto da sua convicção.
Uma flôr caiu da mão
Da mão que caiu em mim
como um jardim
em dia de verão.
Caiu uma flôr da mão
Caiu-me a mão da flôr
num jardim sem chão.
VAz Dias
Caiu-me a flôr da mão.
Não há tristeza nem dor.
Nunca deveria haver, senão,
quando uma flôr
nos passou pela mão,
nos amaciou a primavera,
o inverno, o outono
e um outro verão.
Caiu a mão da flôr
que do meu rosto fazia
coração.
Que de coração o rosto
fazia mão.
Nela não havia mão.
A flôr caiu no goto
de outro. Era de outro
o rosto da sua convicção.
Uma flôr caiu da mão
Da mão que caiu em mim
como um jardim
em dia de verão.
Caiu uma flôr da mão
Caiu-me a mão da flôr
num jardim sem chão.
VAz Dias
São melodias
Apague-se a luz
sobre o olhar deles.
Apague-se o foco
que nas minhas mãos
brilha.
Fecho os olhos
enquanto toca aquela música.
E a seguinte...
e as outras.
Não nos olhemos por
tanto tempo.
Escutemos de bendita
cegueira
e ampliada audição.
A que nos chega à pele
de tímpano,
como bombo de pulsante
unção.
Desperte-se a alegria
da invisual audição.
Escuta!
É uma canção pela sombra
do ruído.
Pelo grito da geral confusão.
É apenas uma canção
num conjunto de sons
meu irmão.
Fecha os olhos
e cega-te de melodias.
Virão os melhores dias,
por agora sossega.
São melodias!
VAz Dias
sobre o olhar deles.
Apague-se o foco
que nas minhas mãos
brilha.
Fecho os olhos
enquanto toca aquela música.
E a seguinte...
e as outras.
Não nos olhemos por
tanto tempo.
Escutemos de bendita
cegueira
e ampliada audição.
A que nos chega à pele
de tímpano,
como bombo de pulsante
unção.
Desperte-se a alegria
da invisual audição.
Escuta!
É uma canção pela sombra
do ruído.
Pelo grito da geral confusão.
É apenas uma canção
num conjunto de sons
meu irmão.
Fecha os olhos
e cega-te de melodias.
Virão os melhores dias,
por agora sossega.
São melodias!
VAz Dias
"Descafeinada"
Faltava-me pousar a mão
p'la escrita.
Centrifugar o café,
perdão,
o descafeinado de fim
de dia.
Não me apetecia
mas o dever chama-me.
Nestas coisas sou muito
descafeinado.
Meio-termo.
Amaciador.
Mas quando a arte
de tocar os sentidos,
o relaxe e os espreguiçados
ouvintes se apodera,
tudo em mim se alvitra.
Café sou. Estimulante
e menos amaciador.
Vem o rubro antes
da restante côr.
Desequilibro o que antes
era amaciado pelo fim
de tarde,
do descafeinado
e o humor da mais
fina flôr.
Deixo o dia da mais
operária formiga
para dar início ao meu.
À noite.
Há noite como meu dia.
Cigarra labora comprometida
de arte descomprometida.
Da noite se faça dia
e o dia à noite se produza tal arte,
afoita. Reprodutiva.
Carnal. Rubra.
Tudo menos descafeinado dia.
Sejam os sentidos café
e a arte excesso.
O regresso abundante
à escura luminosidade.
Ou tudo ou nada.
Sem meios-termos
sem a neutra "descafeinada".
p'la escrita.
Centrifugar o café,
perdão,
o descafeinado de fim
de dia.
Não me apetecia
mas o dever chama-me.
Nestas coisas sou muito
descafeinado.
Meio-termo.
Amaciador.
Mas quando a arte
de tocar os sentidos,
o relaxe e os espreguiçados
ouvintes se apodera,
tudo em mim se alvitra.
Café sou. Estimulante
e menos amaciador.
Vem o rubro antes
da restante côr.
Desequilibro o que antes
era amaciado pelo fim
de tarde,
do descafeinado
e o humor da mais
fina flôr.
Deixo o dia da mais
operária formiga
para dar início ao meu.
À noite.
Há noite como meu dia.
Cigarra labora comprometida
de arte descomprometida.
Da noite se faça dia
e o dia à noite se produza tal arte,
afoita. Reprodutiva.
Carnal. Rubra.
Tudo menos descafeinado dia.
Sejam os sentidos café
e a arte excesso.
O regresso abundante
à escura luminosidade.
Ou tudo ou nada.
Sem meios-termos
sem a neutra "descafeinada".
VAz Dias
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Sol-gira. (Daquele alpendre raiava)
Daquele alpendre
Se dobrava.
Debruçava-se sobre
O seu jardim.
O seu mundo.
O seu jardim
Era um mundo nosso
De girassóis.
Éramos só o que ela
Nos assolava.
E por nós se debruçava
E girávamos de encontro
À sua luz.
Só nós. À condução
Da sua luminescência.
O prazer dessa ciência
A quem apenas
Se debruçava
Do alpendre dos alpendres.
Ser o sol que nos gira.
O sol dos nossos dias.
VAz Dias
Se dobrava.
Debruçava-se sobre
O seu jardim.
O seu mundo.
O seu jardim
Era um mundo nosso
De girassóis.
Éramos só o que ela
Nos assolava.
E por nós se debruçava
E girávamos de encontro
À sua luz.
Só nós. À condução
Da sua luminescência.
O prazer dessa ciência
A quem apenas
Se debruçava
Do alpendre dos alpendres.
Ser o sol que nos gira.
O sol dos nossos dias.
VAz Dias
Sol-gira
Daquele alpendre
Se dobrava.
Debruçava-se sobre
O seu jardim.
O seu mundo.
O seu jardim
Era um mundo nosso
De girassóis.
Éramos só o que ela
Nos assolava.
E por nós se debruçava
E girávamos de encontro
À sua luz.
Só nós. À condução
Da sua luminescência.
O prazer dessa ciência
A quem apenas
Se debruçava
Do alpendre dos alpendres.
Ser o sol que nos gira.
O sol dos nossos dias.
VAz Dias
Se dobrava.
Debruçava-se sobre
O seu jardim.
O seu mundo.
O seu jardim
Era um mundo nosso
De girassóis.
Éramos só o que ela
Nos assolava.
E por nós se debruçava
E girávamos de encontro
À sua luz.
Só nós. À condução
Da sua luminescência.
O prazer dessa ciência
A quem apenas
Se debruçava
Do alpendre dos alpendres.
Ser o sol que nos gira.
O sol dos nossos dias.
VAz Dias
De noite somente
Era a noite
que quente
não serenava nem se deitava
na minha cama.
Calma e escura
esperava. Fitava-me ali somente.
Agarrei em ti palavra.
Clarivedente talvez
me serenasses tu a mente.
Que me levasses de volta
ao sonho.
Sopra-me a têmpora,
levemente,
para que o coração desacelere,
a brisa se torne vento
e a noite volte adormecer
e me deixar rendido
ao meu descanso e sonho.
Que a meu lado se deite
ou se vá de repente.
Mas que me deixe aqui
descansado somente.
VAz Dias
que quente
não serenava nem se deitava
na minha cama.
Calma e escura
esperava. Fitava-me ali somente.
Agarrei em ti palavra.
Clarivedente talvez
me serenasses tu a mente.
Que me levasses de volta
ao sonho.
Sopra-me a têmpora,
levemente,
para que o coração desacelere,
a brisa se torne vento
e a noite volte adormecer
e me deixar rendido
ao meu descanso e sonho.
Que a meu lado se deite
ou se vá de repente.
Mas que me deixe aqui
descansado somente.
VAz Dias
Arde... mais de metade.
Ele amava-a um pouco
mais de meio.
Ela meio-meio.
Tudo se resumia
ao poder de quem menos
Ao outro queria.
Quantos não eram os casais
que assim subsistiam?
O poder de quem menos ama.
A entrega de quem mais os
chama.
A chama que vela
Ao outro mais de meio.
A chama que se perde
a meio.
Não deve ser assim.
E ele perdeu-a
por nunca a ter conquistado.
Ela perdeu-o por nunca
ter amado.
Um amor que se vela
por uma chama por inteiro
não é um milagre,
é um esforço por um pouco mais
de metade
mais de meio.
Ela meio-meio.
Tudo se resumia
ao poder de quem menos
Ao outro queria.
Quantos não eram os casais
que assim subsistiam?
O poder de quem menos ama.
A entrega de quem mais os
chama.
A chama que vela
Ao outro mais de meio.
A chama que se perde
a meio.
Não deve ser assim.
E ele perdeu-a
por nunca a ter conquistado.
Ela perdeu-o por nunca
ter amado.
Um amor que se vela
por uma chama por inteiro
não é um milagre,
é um esforço por um pouco mais
de metade
dessa vela que arde.
VAz Dias
VAz Dias
Males Menores
Por vezes a ti volto.
Porque és real.
Porque habitas às escondidas
da fraqueza humana.
Tu não enganas.
Velha senhora de patranhas.
Infiltras-te pela sombra
das entranhas.
Respiramos o ar putrefacto
que emanas.
E volto por vezes lá
à tua vizinhança.
Não porque te queira
mas para não esquecer
por onde andas.
Não são os teus sorrisos
e "bem-aventuranças",
Que me levam a esses teus lados.
São as verdades em que tropeças
maldita maldade.
Repito, não me enganas!
VAz Dias
Porque és real.
Porque habitas às escondidas
da fraqueza humana.
Tu não enganas.
Velha senhora de patranhas.
Infiltras-te pela sombra
das entranhas.
Respiramos o ar putrefacto
que emanas.
E volto por vezes lá
à tua vizinhança.
Não porque te queira
mas para não esquecer
por onde andas.
Não são os teus sorrisos
e "bem-aventuranças",
Que me levam a esses teus lados.
São as verdades em que tropeças
maldita maldade.
Repito, não me enganas!
VAz Dias
Viagens de pequenos nadas
Seja a felicidade
A que vos motivei também.
Não sei como vos fazer viajar
Senão ao interior.
Onde as profundezas
Também podem ser exploradas.
Oferecer-vos pequenos nadas
Que em nada se comparem
Ao tanto que os vossos oferecem.
Sou eu que não entendo
A magnificiência desses locais.
Do que têm demais.
Remeto-me ao silêncio
Das viagens ao interior,
Ao profundo universo
Do que a vós pareça
Pouco sedutor.
Nos meus negativos
Não surgem as paisagens.
Negativo. Não surgem.
Vale apenas e só,
Tão somente,
A viagem.
VAz Dias
A que vos motivei também.
Não sei como vos fazer viajar
Senão ao interior.
Onde as profundezas
Também podem ser exploradas.
Oferecer-vos pequenos nadas
Que em nada se comparem
Ao tanto que os vossos oferecem.
Sou eu que não entendo
A magnificiência desses locais.
Do que têm demais.
Remeto-me ao silêncio
Das viagens ao interior,
Ao profundo universo
Do que a vós pareça
Pouco sedutor.
Nos meus negativos
Não surgem as paisagens.
Negativo. Não surgem.
Vale apenas e só,
Tão somente,
A viagem.
VAz Dias
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Inocência sonhada
Fou fechar a vista
enquanto viajo para teu lado.
Vou no amor.
Vou na inocência perdida
e contigo reencontrada.
A boa.
A mágica.
A mais amada.
És a viagem
e nunca,
jamais a chegada.
Obrigado amor!
Estou aí não tarda nada.
VAz Dias
terça-feira, 16 de junho de 2015
Os casais invisíveis
És as outras terras.
És a cor diferente
que lá se espera.
Nunca te pintaria dessa
beleza.
Já assim eras.
As viagens que te daria
dificilmente tanto fausto
se veria.
Tanta sumptuosidade
para o mundo se deleitar
na intimidade repousaria.
As fotografias
das viagens ao centro de nós
só em cada um veríamos.
Lamento tão pouca
exposição,
mas estas viagens
mudam-nos
e pouco pintam
e ainda menos deslumbram
quem não tem esta visão.
VAz Dias
És a cor diferente
que lá se espera.
Nunca te pintaria dessa
beleza.
Já assim eras.
As viagens que te daria
dificilmente tanto fausto
se veria.
Tanta sumptuosidade
para o mundo se deleitar
na intimidade repousaria.
As fotografias
das viagens ao centro de nós
só em cada um veríamos.
Lamento tão pouca
exposição,
mas estas viagens
mudam-nos
e pouco pintam
e ainda menos deslumbram
quem não tem esta visão.
VAz Dias
Entre silêncios e murmúrios
É nesta hora
que ninguém agarra
o meu sentimento.
Dormem as almas
e descansam os lobos.
Sossegou-se o vento
e as brisas de momento
são as que expiro.
Calma.
Aparente.
Sento-me nesta cama.
Fito o escuro.
O negro colosso
para onde grito.
De lá nada vem.
Nada ouço. Ainda bem.
Nem ventos,
nem lobos,
nem negros colossos
me apoquentam.
Encostarei ao medo um
sorriso.
Farei o desassossego
Rir-se.
Por fim sonharei os dias
do amanhã.
Mergulharei nele de luz.
Com a vontade feliz
do que de pior e melhor
de mim
para ele conduz.
Amanhã.
VAz Dias
que ninguém agarra
o meu sentimento.
Dormem as almas
e descansam os lobos.
Sossegou-se o vento
e as brisas de momento
são as que expiro.
Calma.
Aparente.
Sento-me nesta cama.
Fito o escuro.
O negro colosso
para onde grito.
De lá nada vem.
Nada ouço. Ainda bem.
Nem ventos,
nem lobos,
nem negros colossos
me apoquentam.
Encostarei ao medo um
sorriso.
Farei o desassossego
Rir-se.
Por fim sonharei os dias
do amanhã.
Mergulharei nele de luz.
Com a vontade feliz
do que de pior e melhor
de mim
para ele conduz.
Amanhã.
VAz Dias
Fôramos...
Ele fora o seu suspiro.
Ela fora o seu tudo.
Ele fora à sua vida.
Ela fora a sua vida.
Fora o que foi.
E embora foi.
Ela encontrara outro suspiro
do que um dia foi.
Sejamos tudo o que podemos,
enquanto pudermos,
do que de belo
um dia foi.
Sejamos a saúde
do que ainda dói,
o sorriso do que ainda chora
e ser ainda mais
do que um dia foi.
VAz Dias
Ela fora o seu tudo.
Ele fora à sua vida.
Ela fora a sua vida.
Fora o que foi.
E embora foi.
Ela encontrara outro suspiro
do que um dia foi.
Sejamos tudo o que podemos,
enquanto pudermos,
do que de belo
um dia foi.
Sejamos a saúde
do que ainda dói,
o sorriso do que ainda chora
e ser ainda mais
do que um dia foi.
VAz Dias
Ladrilho Lisbonense
Quem disse que não existe cor
em preto e branco?
Quem nunca soube
que a brancura guarda
todo o colorido?
Quando o negro sublinha o branco,
Quem nunca soube
que a brancura guarda
todo o colorido?
Quando o negro sublinha o branco,
quando?
Quem a esta terra despertence
não sabe que a cor,
a preto e branco,
ladrilhado pelo olhar
de quem ama,
sabe a cor que pertence
este ladrilho lisbonense.
VAz Dias
Quem a esta terra despertence
não sabe que a cor,
a preto e branco,
ladrilhado pelo olhar
de quem ama,
sabe a cor que pertence
este ladrilho lisbonense.
VAz Dias
Entre canário tapete
Entre canário tapete
reveste a mãe seu chão.
Sentou-se ali a imaginação.
Mal sabia que torneado banco
Se ali colocara
para com as cores
dar início à sedução.
Era primavera.
Era inocência.
Era o tapete canário
que a natureza pintava
o seu chão.
VAz Dias
reveste a mãe seu chão.
Sentou-se ali a imaginação.
Mal sabia que torneado banco
Se ali colocara
para com as cores
dar início à sedução.
Era primavera.
Era inocência.
Era o tapete canário
que a natureza pintava
o seu chão.
VAz Dias
É de mar salgado
É de mar salgado
que me abraçam.
É da salga
que saboreio as suas verdades.
São as minhas na verdade.
Porque nunca mergulharia
pela metade.
A doçura com que os abraço
vai na maré
e volta consigo
como meus convidados.
Salgai-me a boca
porque a doçura ficou
em alto-mar.
Lá onde em marés
vos inundo a pele da alma
em cada voltar.
VAz Dias
que me abraçam.
É da salga
que saboreio as suas verdades.
São as minhas na verdade.
Porque nunca mergulharia
pela metade.
A doçura com que os abraço
vai na maré
e volta consigo
como meus convidados.
Salgai-me a boca
porque a doçura ficou
em alto-mar.
Lá onde em marés
vos inundo a pele da alma
em cada voltar.
VAz Dias
domingo, 14 de junho de 2015
Cachaço Moral
A leveza com que o justo vive
não alvitra minimamente
as lascas que à vida
lhe moldaram o cachaço moral.
O que para uns são tempestades
para ele são brisas
que se respiram e se aceitam
como o ar a respirar.
VAz Dias
não alvitra minimamente
as lascas que à vida
lhe moldaram o cachaço moral.
O que para uns são tempestades
para ele são brisas
que se respiram e se aceitam
como o ar a respirar.
VAz Dias
Ferve a Verve
É a verve que ferve
a imaginação.
Serve a mente
mas sobretudo
as viagens pelo coração.
VAz Dias
a imaginação.
Serve a mente
mas sobretudo
as viagens pelo coração.
VAz Dias
No teu tempo
Deixa estar o tempo em paz.
Tu és já a dona do teu tempo.
Não peças. Exerce-o!
Deixa que ele nada tenha a ver
com o amor.
Este não deveria ser
ofuscado pela sua tirania.
Faz do amor
centelhas no universo infinito
enquanto o tempo corre
para trás.
Traz ao tempo amor
para ver do que tu luz
na sua escuridão brilhas.
Tu és já a dona do teu tempo.
Não peças. Exerce-o!
Deixa que ele nada tenha a ver
com o amor.
Este não deveria ser
ofuscado pela sua tirania.
Faz do amor
centelhas no universo infinito
enquanto o tempo corre
para trás.
Traz ao tempo amor
para ver do que tu luz
na sua escuridão brilhas.
VAz Dias
Aos heróis de nós
Faltam heróis.
Faltam os elegantes cavalheiros.
Faltam as mulheres que
sejam sinal do encanto desses.
Sejam também seu esteio.
Faltam.
Mas existem.
Em cada um de nós.
Em cada um daqueles
que admirámos em crianças.
Falta sermos heróis
de nós próprios.
Até só faltar os miúdos de hoje
Nos verem nessa altura.
Nessa grandeza.
E repetirem.
Multiplicarem a boa genteza.
Acreditemos.
Faltam os elegantes cavalheiros.
Faltam as mulheres que
sejam sinal do encanto desses.
Sejam também seu esteio.
Faltam.
Mas existem.
Em cada um de nós.
Em cada um daqueles
que admirámos em crianças.
Falta sermos heróis
de nós próprios.
Até só faltar os miúdos de hoje
Nos verem nessa altura.
Nessa grandeza.
E repetirem.
Multiplicarem a boa genteza.
Acreditemos.
VAz Dias
sexta-feira, 12 de junho de 2015
Foi de não vires comigo...
Não foram as vezes que me deixaste em terra.
Foi de não vires comigo voar.
VAz Dias
Foi de não vires comigo voar.
VAz Dias
Arte de não Regressar
É da escolha.
É da recolha aos sacrifícios
que uma arte nos peça.
Como num palco
Que nos lança p'ra ribalta
e a mesma luz
para a escuridão nos remeta.
A representação da vida
para algum bem
que nos permita.
É da escolha.
É só com tempo
se nos ilumine e seja convicta.
Porque matamos a vida
por mais que vivamos,
E mais sós assim vivemos,
pela audácia à semi divindade a que nos
Enaltecemos.
Morramos da vida
que aos outros não toque
a arte de cantar,
Por ser à nossa vida
A saudade de nunca mais
À plateia voltar.
VAz Dias
É da recolha aos sacrifícios
que uma arte nos peça.
Como num palco
Que nos lança p'ra ribalta
e a mesma luz
para a escuridão nos remeta.
A representação da vida
para algum bem
que nos permita.
É da escolha.
É só com tempo
se nos ilumine e seja convicta.
Porque matamos a vida
por mais que vivamos,
E mais sós assim vivemos,
pela audácia à semi divindade a que nos
Enaltecemos.
Morramos da vida
que aos outros não toque
a arte de cantar,
Por ser à nossa vida
A saudade de nunca mais
À plateia voltar.
VAz Dias
quinta-feira, 11 de junho de 2015
Mudos sem Fundo
Nesta terra
de boa apresentação
fica a estética.
A operação plástica
de quem estende a mão.
Esses senhores
que tanto se publicitam
de boa aventurança
por tanta ajuda ao cidadão.
Mas são mudos sem fundo
quando prometem os apregoados
mundos e fundos.
E contentam-se.
Beneméritos se acham.
Julgam o pobre como ignorante,
como seu fiel seguidor.
Julgam manipular o fraco,
que se rende por uma mão
que dá e a outra cala.
Quem não tem convicção
também não fala.
Mas sente a dor
e a fome.
Não tanto da barriga vazia,
mas do ego que eleva
esse político homem,
que goza da impopularidade
de quem dessa treta
já não come.
Esses eleitos de papel
não alimentam mais
os que à miséria devotados
consome.
O meu voto vai
para quem não come
e também não cala,
porque também esse dá,
mas ao contrário desses fartos,
não propala.
VAz Dias
de boa apresentação
fica a estética.
A operação plástica
de quem estende a mão.
Esses senhores
que tanto se publicitam
de boa aventurança
por tanta ajuda ao cidadão.
Mas são mudos sem fundo
quando prometem os apregoados
mundos e fundos.
E contentam-se.
Beneméritos se acham.
Julgam o pobre como ignorante,
como seu fiel seguidor.
Julgam manipular o fraco,
que se rende por uma mão
que dá e a outra cala.
Quem não tem convicção
também não fala.
Mas sente a dor
e a fome.
Não tanto da barriga vazia,
mas do ego que eleva
esse político homem,
que goza da impopularidade
de quem dessa treta
já não come.
Esses eleitos de papel
não alimentam mais
os que à miséria devotados
consome.
O meu voto vai
para quem não come
e também não cala,
porque também esse dá,
mas ao contrário desses fartos,
não propala.
VAz Dias
quarta-feira, 10 de junho de 2015
Danças-me sonhos.
Não existe chão
quando te movimentas.
És de uma graça
em vôo e imponência
de garça.
Real,
mas quase sonhada.
Sem chão me deixas,
enquanto danças.
Enquanto convocas
os passos,
que a meus olhos
mais não são,
do que suaves pinceladas
de tua elegância.
Levantas-me vôos reais
e a sugestão de contigo
dançar sem chão.
Danças-me sonhos.
VAz Dias
quando te movimentas.
És de uma graça
em vôo e imponência
de garça.
Real,
mas quase sonhada.
Sem chão me deixas,
enquanto danças.
Enquanto convocas
os passos,
que a meus olhos
mais não são,
do que suaves pinceladas
de tua elegância.
Levantas-me vôos reais
e a sugestão de contigo
dançar sem chão.
Danças-me sonhos.
VAz Dias
É da Verve
É desta verve
que me assola no descanso.
Que me impele
a ir além do que sou capaz.
Até que o ímpeto se alimente
e se despoje ao descanso.
Mordaz!
Facúndia que desespera
o amordaçado,
que morde a mordaça,
que não sabe estar calado.
Alguns foram para este fim
criados.
Amaldiçoados pelos mudos
e por eles escutados.
Cansados se movem,
se não ouviram também essência.
Paciência!
Também é ao arauto que se culpa
da mensagem a disseminar.
Que se foda!
Com o jeito
também arranjarei forma
de me calar.
Sejam os outros arautos,
mais altos,
os bravos à crítica
em linha de mira
se colocarem.
Gritem e convoquem
se seus egos assim desejarem.
Somos egocêntricos
da vontade
mas poucos a morrerem
pela verdade.
Palavra de honra
para quem de palavra
se ache dono da verdade.
VAz Dias
que me assola no descanso.
Que me impele
a ir além do que sou capaz.
Até que o ímpeto se alimente
e se despoje ao descanso.
Mordaz!
Facúndia que desespera
o amordaçado,
que morde a mordaça,
que não sabe estar calado.
Alguns foram para este fim
criados.
Amaldiçoados pelos mudos
e por eles escutados.
Cansados se movem,
se não ouviram também essência.
Paciência!
Também é ao arauto que se culpa
da mensagem a disseminar.
Que se foda!
Com o jeito
também arranjarei forma
de me calar.
Sejam os outros arautos,
mais altos,
os bravos à crítica
em linha de mira
se colocarem.
Gritem e convoquem
se seus egos assim desejarem.
Somos egocêntricos
da vontade
mas poucos a morrerem
pela verdade.
Palavra de honra
para quem de palavra
se ache dono da verdade.
VAz Dias
Palavra Riscada
Quando tudo se disse,
quando tanto se disse.
De tanto que se quis,
de tudo o que se pedisse.
Foi o tempo,
o intervalo,
o espaço,
o céu,
o amor,
o desamor,
o desmérito
e o final silêncio.
Tanta amordaçada palavra
que livre se viu
e depois despedida.
Livre abandonada palavra perdida.
Que se disse. Gritou-se.
Riscada.
VAz Dias
quando tanto se disse.
De tanto que se quis,
de tudo o que se pedisse.
Foi o tempo,
o intervalo,
o espaço,
o céu,
o amor,
o desamor,
o desmérito
e o final silêncio.
Tanta amordaçada palavra
que livre se viu
e depois despedida.
Livre abandonada palavra perdida.
Que se disse. Gritou-se.
Riscada.
VAz Dias
Meu mundo, livre!
Pior do que privada liberdade
é o cácere a que cada homem
se obriga.
Por eleição
ou ignorante ilusão
da felicidade formatada.
Que venha o primeiro homem livre
e o diga.
Que mostre se a solidão
ou a curva abraçada
de um mundo inteiro
seja de busca perdida.
Seja ficar com um mundo
a libertação.
Seja o mundo livre!
Seja o homem também,
e o seja também por convicção!
VAz Dias
é o cácere a que cada homem
se obriga.
Por eleição
ou ignorante ilusão
da felicidade formatada.
Que venha o primeiro homem livre
e o diga.
Que mostre se a solidão
ou a curva abraçada
de um mundo inteiro
seja de busca perdida.
Seja ficar com um mundo
a libertação.
Seja o mundo livre!
Seja o homem também,
e o seja também por convicção!
VAz Dias
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Egocêntrica amizade
Darei as costas aos meus amigos
para subirem,
serem mais altos.
Serei o degrau
que os eleva,
sem me rogarem nem pedirem,
pois confio nos seus actos.
Não acredito nesses auto-intitulados
que agora vêem no meu lombo
a forma atalhada
de se porem a jeito como
se nada de si
se visse claramente.
Comprem amigos
já que os de coração
se foram de borla.
Chega sempre a verdade
quando o ego
a amizade destrona.
para subirem,
serem mais altos.
Serei o degrau
que os eleva,
sem me rogarem nem pedirem,
pois confio nos seus actos.
Não acredito nesses auto-intitulados
que agora vêem no meu lombo
a forma atalhada
de se porem a jeito como
se nada de si
se visse claramente.
Comprem amigos
já que os de coração
se foram de borla.
Chega sempre a verdade
quando o ego
a amizade destrona.
VAz Dias
Quantos são os dias de nós?
Quantos são os dias
de um homem?
Quantos são os dias
que nos fogem?
Na solidão acompanhada
ou na companhia solitária,
quantos são os dias
para estas escolhas
arbitrárias?
Quantos são os dias que nos restam
que os dias para nós
escolhem?
VAz Dias
de um homem?
Quantos são os dias
que nos fogem?
Na solidão acompanhada
ou na companhia solitária,
quantos são os dias
para estas escolhas
arbitrárias?
Quantos são os dias que nos restam
que os dias para nós
escolhem?
VAz Dias
Cicatriz Verdade
A verdade corta mais fundo
mas cicatriza a alma.
A curva que nos deixa,
além de um sorriso de paz,
É um arco ao respeito pela vida.
VAz Dias
mas cicatriza a alma.
A curva que nos deixa,
além de um sorriso de paz,
É um arco ao respeito pela vida.
VAz Dias
Verdejantes céus
Passam-se as primaveras
com o verdejante céu
ser abarcado de azul celeste.
Passam-se os anos
como as dores que para
trás ficaram.
Vieram os novos dias,
e o amor que prometeste
oh lindo sol!
E do também azul cipreste
suaviza-se a alma
e os verões que no futuro
nossas naturezas juntaram.
Oh lindo sol que de
Azul esverdeado pintado
os céus por nós amaram.
VAz Dias
com o verdejante céu
ser abarcado de azul celeste.
Passam-se os anos
como as dores que para
trás ficaram.
Vieram os novos dias,
e o amor que prometeste
oh lindo sol!
E do também azul cipreste
suaviza-se a alma
e os verões que no futuro
nossas naturezas juntaram.
Oh lindo sol que de
Azul esverdeado pintado
os céus por nós amaram.
VAz Dias
Rasgados eram os olhos
Rasgados eram os olhos
que como raio de luz
irrompiam na minha penumbra.
Rasgados eram os elogios
dos olhares que me circundavam.
Eram também meus.
Despertara eu para a luz?
Seria no breu aquele olhar
que o descrente conduz?
Rasgado era o passado
que de olhar fechado
se despertara na aurora.
Rasgado é o olhar
que iluminado
me cativa agora.
que como raio de luz
irrompiam na minha penumbra.
Rasgados eram os elogios
dos olhares que me circundavam.
Eram também meus.
Despertara eu para a luz?
Seria no breu aquele olhar
que o descrente conduz?
Rasgado era o passado
que de olhar fechado
se despertara na aurora.
Rasgado é o olhar
que iluminado
me cativa agora.
VAz Dias
Viver para além
Aprendi a arte de desamar.
Há muito que esculpi
o jeito de me desapegar.
Morre a cada dia
Aquele que se agarra ao sentimento
como única via de felicidade.
Vive o outro mais
que com razão se desapegou.
Não morremos de amor.
Vivemos do prazer de não ter.
Vivemos do prazer de ser
e mesmo esse
poder deixar de ser.
Mudar e seguir.
Viver para além.
Há muito que esculpi
o jeito de me desapegar.
Morre a cada dia
Aquele que se agarra ao sentimento
como única via de felicidade.
Vive o outro mais
que com razão se desapegou.
Não morremos de amor.
Vivemos do prazer de não ter.
Vivemos do prazer de ser
e mesmo esse
poder deixar de ser.
Mudar e seguir.
Viver para além.
VAz Dias
Fodei em nome do Amor!
Amai e fodei!
Fodei a mais
antes que o amor comece.
Porque esse é o que fode mais...
Fodei a mais
antes que o amor comece.
Porque esse é o que fode mais...
VAz Dias
Amores Imortais
Amar assim não é para mortais.
É uma invenção eterna demais
Que eloquente veste
Mas que desnuda
E ninguém quer morrer de amor por enregelar.
Vim do gelo.
Do gelo a que me devotastes.
Desnudado até à alma.
Não morri donos do amor mortais.
Se estou a mais é da transcendência a que me desejastes.
Tremo do frio. Volto a sentir o vosso frio. Cortante e dilacerante arrepio.
Que inferno de amor inventastes?
Que à alma quase congela
E queima?
Tremo de frio para além da morte e o amor pensava eu que era quente
Mesmo quando de vestes até alma ausentes.
Mortais que aos desnudados da alma
Para além da vida matais.
É uma invenção eterna demais
Que eloquente veste
Mas que desnuda
E ninguém quer morrer de amor por enregelar.
Vim do gelo.
Do gelo a que me devotastes.
Desnudado até à alma.
Não morri donos do amor mortais.
Se estou a mais é da transcendência a que me desejastes.
Tremo do frio. Volto a sentir o vosso frio. Cortante e dilacerante arrepio.
Que inferno de amor inventastes?
Que à alma quase congela
E queima?
Tremo de frio para além da morte e o amor pensava eu que era quente
Mesmo quando de vestes até alma ausentes.
Mortais que aos desnudados da alma
Para além da vida matais.
VAz Dias
Mãos escultoras de poesia
Se tivesses um corpo, tocava-o.
Se tivéssemos os corpos, ali ficávamos.
Se fosse verdade, para quê a poesia? Se a beleza interior esculpiu tão elequoentes formas.
Mas não pratico desonras. Não te toco porque não abdico de te tocar assim,
em mãos escultoras da poesia que és!
VAz Dias
Se tivéssemos os corpos, ali ficávamos.
Se fosse verdade, para quê a poesia? Se a beleza interior esculpiu tão elequoentes formas.
Mas não pratico desonras. Não te toco porque não abdico de te tocar assim,
em mãos escultoras da poesia que és!
VAz Dias
Paradigmas do platonismo
Nós e o paradigma do platonismo. Eu sei que fui demasiado audaz. Nunca nas palavras. Eram tuas.
VAz Dias
VAz Dias
Um dia não volto
Um dia não volto.
Vou em direcção ao horizonte,
ao ponto alto
que o destino convoque.
Não volto
porque o caminho é para a frente
e retroceder é ponto morto.
Para morto,
vivo solto até que me destine
a voar ao ponto mais alto.
Não paro. Não desisto.
Quando chegares lê isto.
Amanhã não volto.
Vou em direcção ao horizonte,
ao ponto alto
que o destino convoque.
Não volto
porque o caminho é para a frente
e retroceder é ponto morto.
Para morto,
vivo solto até que me destine
a voar ao ponto mais alto.
Não paro. Não desisto.
Quando chegares lê isto.
Amanhã não volto.
VAz Dias
Naquela rua...
Hoje foi o último dia que te vi.
O primeiro do meu tudo.
Do nada que senti
Ao ver-te passar.
Sabia que um dia iria passar,
Mas quem ama
Não quer que passe.
Que um dia longe
Nos entristeça e desgrace
O fim do tudo.
Ias naquela tua vida
E eu na minha,
Tão mais minha
Como tão mais tua
Ia a tua.
Passaste por mim na rua
E tristemente nada senti.
Provei que tudo tem um fim
E o amor é maior assim,
Pois inventa novas vidas
Para quem sabe que tambem ele
É efémero e também finda...
Passaste a última vez por mim
Naquela rua.
VAz Dias
O primeiro do meu tudo.
Do nada que senti
Ao ver-te passar.
Sabia que um dia iria passar,
Mas quem ama
Não quer que passe.
Que um dia longe
Nos entristeça e desgrace
O fim do tudo.
Ias naquela tua vida
E eu na minha,
Tão mais minha
Como tão mais tua
Ia a tua.
Passaste por mim na rua
E tristemente nada senti.
Provei que tudo tem um fim
E o amor é maior assim,
Pois inventa novas vidas
Para quem sabe que tambem ele
É efémero e também finda...
Passaste a última vez por mim
Naquela rua.
VAz Dias
Sol de pendurada verticalidade
E o sol brinda-nos.
Pendurado de vertical
faz-se de verão
convidando-nos à sua
gentileza.
Queres derreter-te
em humidades comigo?
-inquiriu.
Partilho-te o desejo,
de quem de invernos partiu.
Pendurado de vertical
faz-se de verão
convidando-nos à sua
gentileza.
Queres derreter-te
em humidades comigo?
-inquiriu.
Partilho-te o desejo,
de quem de invernos partiu.
VAz Dias
Beijo-flor
Uma brisa suave tocou os lábios esta manhã. No sonho fui eu que te beijei.
Beijo-flor.
Beijo-flor.
VAz Dias
Estremeço sem ti
Estremeço e o meu corpo
todo ele se transforma em energia,
em excesso,
em desejo de ti.
Ofereces-me as palavras simples
da complexidade dos silêncios.
Como nada é de tanto?
Como és tanta de ti
sem aqui existires?
Estremeço.
Quase não me conheço.
Entraste em mim
e tanto mudou.
Tanto de nada.
Da mais desejada.
Da que mais quis.
Tanto de nada.
todo ele se transforma em energia,
em excesso,
em desejo de ti.
Ofereces-me as palavras simples
da complexidade dos silêncios.
Como nada é de tanto?
Como és tanta de ti
sem aqui existires?
Estremeço.
Quase não me conheço.
Entraste em mim
e tanto mudou.
Tanto de nada.
Da mais desejada.
Da que mais quis.
Tanto de nada.
VAz Dias
Céu, sons e... raios!
Surgiu-me entre raios de luz.
No eco de sons.
Ela própria vinha em ecos. Em cacos de normalidade.
Era naquele momento uma garota arisca sem freio.
E sentou-se. Convidou-se à nossa conversa. E eu gostei.
Ao olhar a convidei, mas ela voava.
E as palavras voavam.
E as luzes e os ecos e nós.
Ela porque sim. E eu porque fiquei ali, embevecido pairando.
Voei, até ela voar para um dia num qualquer céu, sons e… raios!… reencontrar.
No eco de sons.
Ela própria vinha em ecos. Em cacos de normalidade.
Era naquele momento uma garota arisca sem freio.
E sentou-se. Convidou-se à nossa conversa. E eu gostei.
Ao olhar a convidei, mas ela voava.
E as palavras voavam.
E as luzes e os ecos e nós.
Ela porque sim. E eu porque fiquei ali, embevecido pairando.
Voei, até ela voar para um dia num qualquer céu, sons e… raios!… reencontrar.
VAz Dias
O sonho e o amor
O sonho acaba quando despertamos. Como no amor. E ainda mais quando o amor foi um sonho.
Sonhar e amar são responsabilidades demasiado sérias na sua relação para serem tomados levianamente.
Felizes os que sonham o amor.
Sonhar e amar são responsabilidades demasiado sérias na sua relação para serem tomados levianamente.
Felizes os que sonham o amor.
Felizes os que amam o sonho.
Afortunados os que conseguem ambos.
VAz Dias
Dançava sem chão
E ali te erguias.
Em corropio de multidão,
de movediço chão
e só a teus pés não.
Imponente, teus olhos
meus olhos engoliam.
Caía sem expectativa de chão.
Embati. Drasticamente.
No olhar que me perdeu
da terra
e lançou em livre queda.
Perdera por momentos
a razão.
Que seja o que o olhar queira,
e meus sentidos queimam.
em minha terra sem chão.
Em corropio de multidão,
de movediço chão
e só a teus pés não.
Imponente, teus olhos
meus olhos engoliam.
Caía sem expectativa de chão.
Embati. Drasticamente.
No olhar que me perdeu
da terra
e lançou em livre queda.
Perdera por momentos
a razão.
Que seja o que o olhar queira,
e meus sentidos queimam.
em minha terra sem chão.
Vaz Dias
Ela foi...
Ela secretamente cerrava as mandíbulas e escondia as suas intenções.
Quando deixava escapar palavras, vestia histórias de corpos nus e orgias. Propalava a poligamia como felicidade e bem-estar. Ela era o mundo. Ela era o tremor que a minha terra abalava. A minha pouca propensão para os ditâmes convencionais era drasticamente reduzida a um jogo de recreio. Eu era um menino nas suas mãos. E menino me mantive até ela encontrar a maturidade. Ela era sim, o epíteto do convencionalismo.
Quando deixava escapar palavras, vestia histórias de corpos nus e orgias. Propalava a poligamia como felicidade e bem-estar. Ela era o mundo. Ela era o tremor que a minha terra abalava. A minha pouca propensão para os ditâmes convencionais era drasticamente reduzida a um jogo de recreio. Eu era um menino nas suas mãos. E menino me mantive até ela encontrar a maturidade. Ela era sim, o epíteto do convencionalismo.
Ama, salva e guarda.
Nada em ti é exagero.
Nem o defeito
A que
nós os comuns mortais
Estamos devotados.
E se exagero nas palavras
É porque te vejo mais.
Te quero mais.
Sem apelo nem agrado.
Aprende comigo o que
É demais.
Para que no tempo
Algum para nós fique guardado.
E de amor, algum que fique
Ele também
Salvaguardado.
Nem o defeito
A que
nós os comuns mortais
Estamos devotados.
E se exagero nas palavras
É porque te vejo mais.
Te quero mais.
Sem apelo nem agrado.
Aprende comigo o que
É demais.
Para que no tempo
Algum para nós fique guardado.
E de amor, algum que fique
Ele também
Salvaguardado.
Vaz Dias
A quem dou abraços
O abraço é de todos.
Ao contrário do beijo é de quem o damos.
Não é político.
Não tem género.
Não tem mentira.
É de coração. Um coração com braços.
São todos meus
a quem dou abraços!
Ao contrário do beijo é de quem o damos.
Não é político.
Não tem género.
Não tem mentira.
É de coração. Um coração com braços.
São todos meus
a quem dou abraços!
Vaz Dias
Alegra-se a possibilidade
Amo a possibilidade de todas as manhãs te poder dar um bom dia.
De ser mais um e de isso me preencher.
Alegras-me a possibilidade do dia.
Alegras-me a possibilidade.
Alegras-me.
Bom dia amor.
Bom dia ao amor.
Vaz Dias
As primaveris cotovias
Na manhã primaveril ouviam-se as cotovias.
O estalido da máquina que registava o colorido da alegria das crianças.
E no pensamento a tua companhia.
Sem ti apenas a arte dos dias,
no estalido da câmara, no colorido das crianças
e no canto que trazem de ti,
as primaveris cotovias.
O estalido da máquina que registava o colorido da alegria das crianças.
E no pensamento a tua companhia.
Sem ti apenas a arte dos dias,
no estalido da câmara, no colorido das crianças
e no canto que trazem de ti,
as primaveris cotovias.
Vaz Dias
Desencontrar é o ânimo
Que me interessa não existires na imperfeição que desejo
se te multiplicas nos reflexos de várias?
De ainda assim não o seres?
A minha solidão é descobrir-te em cada nova imperfeição.
Em nunca te encontrar e em tantos reflexos te buscar.
A procura é a felicidade.
Desencontrar é o ânimo.
Vaz Dias
Não o digas.
E se te dissesse que te quero,
como quem diz que te ama?
E se te dissesse o quanto te desejo,
como quem diz que te ama?
E se me amares?
Não o digas.
Que me queiras.
Que me desejes.
Como se dissesses que me amas.
como quem diz que te ama?
E se te dissesse o quanto te desejo,
como quem diz que te ama?
E se me amares?
Não o digas.
Que me queiras.
Que me desejes.
Como se dissesses que me amas.
Vaz Dias
Amores-luz
Esta noite fiz amor com as estrelas.
Eram todas cintilantes
cobrindo o universo que é o
teu peito.
Detive-me aí viajando
no pulsar da vida,
das explosões que do teu coração
em mim ardiam.
Esta noite fiz amor
com as estrelas que
do teu universo me ofereceste.
Hoje sou mais infinito amor.
Vaz Dias
Eram todas cintilantes
cobrindo o universo que é o
teu peito.
Detive-me aí viajando
no pulsar da vida,
das explosões que do teu coração
em mim ardiam.
Esta noite fiz amor
com as estrelas que
do teu universo me ofereceste.
Hoje sou mais infinito amor.
Vaz Dias
Subscrever:
Mensagens (Atom)