terça-feira, 23 de junho de 2015

Um belo borra-bota!

De derrota em derrota
me transformei
nesse idiota,
que de estranho ao mundo
com os restantes
me confundo.
Agiota do tempo
com pouco me contento,
contando que pouco
seja outro tanto
daquele que estranha
o meu tudo.
Contudo, para ele
serei sempre um idiota.
Pobre borra-bota
que da imagem
e posse pouco demonstra
ou tem para se vangloriar.
Tenho esta pouca
bagagem de me expressar.
Sim sou pobre,
por ainda seu léxico
não dominar.
Por vezes preferia tão pobretanas
me deixar ficar.
Mas a verve e a vontade
fazem ferver
e algo porventura ganhar.
O tempo senhores.
O tempo é meu para poupar.
Quando morrerdes
há muito que me pus
a andar.
Não tive o elixir
para os erros remediar,
muito menos o bisturí
para a pele esticar.
Morri velho e podre.
Mas ainda aqui estou
para vos lembrar,
que estas palavras serão por vós lidas
antes de no meu túmulo virar.
Quando fechar os olhos
sei que vou descansar.
"E o senhor, ainda tem medo
de aí à beira da vida se encostar?"
Morri velho senhores,
bem mais belo com a pele por esticar.

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