quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

De(x)istir

Agora faltas-me.
Sussurro-te
Em poema
A ausência no espaço.
O corpo que padece
Por não se alimentar.
Que não se fornece
Do teu
Para não se lamentar.
Antes fosse este poema
Um lamento.
Nem é orgulho contudo.
É o teu silêncio
E tudo o que perco
Sem ti aqui.
Tudo!
Lento
Vem o tempo
E nada de ti.
Cá me aguento
No entanto.
Não quero ter esse pranto
De casal que tem para
A troca.
Que atira à cara
O bem feito.
O bem gratuito.
Sou solitário para não exigir.
Guardo-me aqui
Em palavras
E talvez este seja o elixir.
Se vieres aos poucos
Também aos poucos
Poderás ir.
Morremos sós
Para deixar de existir.

VAz Dias

#palavradejorge

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