segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Silêncios de mim XX

Há quem não entenda
Liberdade.
Amor de deixar ir
E voltar se quiser.
Apenas isto
E os restantes dias
Que nos oferece a vida.
Um dia,
Era eu aprisionado
Desse amor que
A sociedade criou,
E me libertaram do fardo.
Era tão afecto ao cárcere
Que supliquei em joelhos
Doloridos
(Quase tanto quanto
O viria a sentir de coração)
Para ela ficar.
Prometi-lhe que mudaria.
Prometi que seria dela
Como quisesse.
Perdi a compostura.
Na altura o desespero
E esse hábito de "amor"
Assim me fizeram
De súplica.

Anos mais tarde,
Cicatrizes mais tarde,
Descobri a liberdade.
A de todos
E o amor por consequência.
A ausência de amarras.
As asas.
De levantar voo
Quando se quiser ficar.
As de planar quando
Os outros planam.
Voar é voltar.
Se quisermos.
Se os outros quiserem.
Nada mais.
Nada menos.

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