domingo, 25 de dezembro de 2016

Em breve

Por vezes sinto
Que isto que tenho
Na cabeça
E nos membros
(Que me auxiliam
A executar
Estes desabafos)
Nada mais são
Senão
Uma maldição.
Um lamento amador
De escrita
Desaperaltada de intelectualidade
Ou qualquer respeito
(Por ignorância dos
Grandes autores).
Sou simples.
Desapegado.
E pequeno tentando
Chegar a ti.
Tentantando parecer grande
Do tamanho que tenho.
Uns que me vêem assim
E outros que nem por isso.
E não falamos ainda
Do que tenha escrito.
Desabafo.
Cartas de amor
Lançadas com endereço
Variado.
Destino de a mim volver.
Desperceber o amor.
Reconstruir.
Talvez não seja escrita
Para vender.
Se calhar é de oferecer
De não ter valor.
Ou por se lhe pôr etiqueta
Ou por materializar
Sentimento noutrém.
Não sei.
Por vezes é praga.
Por vezes virtude
De calceteiro
Construíndo estradas
Para o céu.
Desenho pedras em forma de
Coração.
Algumas de ti notaram.
Outras também.
Não tinham coração para
Isto.
E eu por vezes
No lugar uma pedra.
Outras não souberam.
Liam a sério
E eu passei ao lado do tempo.
Brinquei com ele
Como me permitiu.
Ouvi canções diferentes.
Filmes diferentes.
Escritas poucas
Como tão poucas
Destas antecedentes.
Ainda acredito que possa
Viver para ser melhor.
Se calhar este é o meu
Melhor
E o meu melhor
Não te serve.
Aceito
Enquanto este trilho
Para um céu se escreve.
Desculpa ser-te sempre
Tão breve
E parecer melhor
Do que suporíamos.
Se calhar a palavra é melhor
Do que eu
E eu apenas ser
O que uma calçada descreve.
Uma caminhada.
Para ti quase sempre
Breve.
Eu sou breve
No caminho que se alonga.
Por isso ninguém me teve.
Nem a escrita.
Nem esta vontade maldita
Que não se desprende.

VAz Dias

#palavradejorge

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