terça-feira, 4 de novembro de 2014

Amor, menos de metade, 'tá bem?

Rezo esta prece
a ti. Peço-te
que me escutes
e me concedas
esta minha 
pequena oferenda.
Que ma ofereças
se valer a pena.
Se eu te valer a pena.

Peço-te antes de mais
que te sentes aqui a meu lado.
Que entendas o meu estado.

Deixei de querer aquele
alguém. Foi sempre muito
pesado. Por vezes arrastado.
Mas tentamos.
Porque nos convém.
Porque somos filhos
duma mãe.
De dois nasce
um terceiro.
E de nós buscamos
voltar a dois.

No amor dizem 
que o melhor é o primeiro.
Que sabemos de amor?
Por acaso tive essa sorte
de fruto se fazer
esse terceiro. Neste caso,
terceira.
A menina que mais amei,
amo e amarei.
A única, disse-me a vida!

E com razão! Que ganhamos
com o condão
do tempo se fazer
mestre e nosso conviva.
Um filho é eterno 
e o amor por ele 
além da vida, 
contínuo.

E aqui termino
o que de amor
procuro. A minha
mais que tudo.
A terceira que é o primeiro,
amor e fruto.
Primeiro e único.

Agradeço me teres
ouvido e esperado.
Agora sim te peço.

Como nunca serás
minha, agradeço
todo o pequeno e
atento apreço.
Que me sorrias.
Só o que te mereço.
Que me leias
se os teu olhos querem.
Se à alma convém.
Mas peço-te ainda
mais além. 
Não me permitas
o amor, se débil
me encontrar.
Despacha-te e foge
desse meu incessante
olhar.
Põe-me a salvo
desse meu ser.
Porque o coração
já tem um dever.
E o direito a que me dou
de poder ser,
é o segundo do tempo
e do teu tempo
também ser.

Encarecidamente rezo,
para levemente te viver.
Menos de metade te ter.
Assim levemente viverei
para o dobro me poder
comprometer. 
À que me tem.
Ao que me posso ter.
E a ti,
bem,
um pouco, o suficiente
de paixão, também.
Menos de metade,
'tá bem?










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