domingo, 9 de novembro de 2014

Enquanto me abraçares

-Sonhei-te em corpo
do passado.
Não sei se foi bom.
-Mas era eu quem vias?
Pareces-me agastado.
-Talvez seja de mau tom.
Não sei. Mas era em ti
que me sentia.
Perdoa-me! Não queria!
-Não te alarmes.
Estou aqui. 
Ainda a sonhas?
-Cada vez menos.
E agora eras tu que aparecias.
Estou confuso. Condeno-me.
-Abraça-me!
Guarda estas carícias.
Todas elas!
Abraça-me e não largues.
Até que só do meu perfume
te agrades.
Só do meu cheiro
te agarres.
Abraça-me e não te amarres.
Criemos um novo sonho
enquanto quiseres.
Enquanto me abraçares.

Vaz Dias

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