sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Memória fotográfica

Como fotografia
antiga, 
fui desvanecendo
do teu olhar.
O preto e o branco
quase se tocavam,
enquanto tu me deixavas
ir.
Do cinzento, lentamente
fechavas os olhos.
E eu persistia
em existir.
Na palidez
das estações
me libertaste. Eu 
era luz que não
chegaste a tomar.
Sacudiste-me ao vento
para outros verões.
Fui a tua memória
fotográfica
a preto e branco
porque côr 
nunca seríamos
sejamos francos.
Nem podíamos.

Vaz Dias

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