sábado, 29 de novembro de 2014

Três quartos e uma reza

Para um poeta
ser amante,
é ter a eloquência
dos deuses.

Necessita do amor.

Escrevinha
e viaja consoante
a harmonia e a
constância.
É o sentimento
que o impele à dádiva.

Não necessita do amor.

Redige as palavras
que sobraram para o presente.
É um amante 
de três quartos.
É um ladrão que de outras
almas,
de seu amor se criva.

O poeta reza
de um terço.
Por ser o meliante,
que de deus
em outros três quartos,
se sente.

É em três quartos presente
e num terço
de reza escrevinhada.

Vaz Dias





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