Vinha caminhando.
De onde, não sabia.
Nem tão pouco
desejava saber.
Em noite de breu,
de conta se deu,
que em sua posse
se fazia
de um telefone
acompanhar.
"-Telefono-te desta vez
por já nem de senso
a última chamada
me lembrar.
Estaria eu inebriado?
Ou pelo contrário,
tão esclarecido,
para te ter chamado?
O que faltou?
Quanto tempo passou?
...
Amo-te!"
(e do silêncio que pautava
o hábito desta circunstância,
a única,
e que estranhamente
desenhava uma recorrência...
Surpresa de Fénix!
Irrompia
aquela voz
do outro lado)
"-Também te amo!"
Amar(gava-se) a boca.
Humedecia-se a alma.
De tanto silêncio
e de palavra tão pouca.
Ele agora, chorava-lhe
as suas palavras presas
na intemporalidade.
Explicava-lhe
a necessidade
de tudo-nada
ser desvendado.
(o silêncio voltara.
Como se nunca
ela ali tivesse
estado.
Não esteve.
Como talvez também
nunca o tivesse amado)
Envergonhado,
desacompanhado,
vencido...
acordado!
...despertou de novo
de um sono
mal sonhado...
Vaz Dias
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