quarta-feira, 15 de julho de 2015

Amores afluentes

Esta brisa
que de luva aveludada
me serpenteia.
Que por entre árvores, vagens
e flores traz da suas viagens
ecos dos amores.
No rio vê-se esse eco.
As curvas aos milhares
que umas e outras se seguem
evidenciam da voz esse tremor.
Deslizam em sentido nascente.
Como se lá tivesse
de voltar o sentimento.
A brisa trouxe ecos
de amor afluente.
Ou afluentes.
Afunilam para o primeiro instante.
Um único amor.
Uma brisa calmante
dum rio que vinha de rios,
de rios do mar.
Era voz trémula
que um dia se deixara
amar.
A voz que em brisas
busca no rio se deixa levar.
Que à partida passa por mim
para lá, onde tudo começa,
dar-me voz
para a ressuscitar.


VAz Dias

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