quarta-feira, 29 de junho de 2016

Fogo Brando

Arrebatado corpo
que me chamaste.
Sou um tolo.
Pouco dado a estas danças
fizeste-me saber-te a pouco.
Sou tão pouco
quando alguém como tu
surge nos meandros
de mim.
E talvez não
e seja tudo por acontecimentos
estúpidos,
seguidos uns e a outros
e me esqueça da minha calma.
Ou então foste tu
que ma roubaste
para te aperaltares dela
e de sumptuosos silêncios.
Para mim é tudo mais simples
e a calma pode muito bem vestir-te
mas eu dispo-me com vigor.
O que são roupas
quando o nosso fogo
pode tão bem aquecer
o corpo do outro?
Soube a pouco.
Fogo brando apagou-se.

VAz Dias

E a razão disse... contestei.

Serena!
Que gravidade te desarruma?
Ouve canções.
Preenche a quietude com a beleza.
Cala a inquietude
com esse harmonioso ruído.
Assobia ao ouvido
dela,
a beleza.
Arruma o coração no lugar dele.
Deixas que seja muito impetuoso.
Dás-lhe demasiado uso.

"Que razão me deixa
em sentido e me diz para não sentir?
Bate no peito forte
até que se entorte.
E então?
Sei o que pensar
mas é pouco.
Muito pouco.
Quero viver!
Estar morto é serenar.
Quero dessarrumar o coração
de um canto para o outro.
Sem razão aparente,
desde que a aventura se invente
e de destino torto
a vontade responda forte.

Não espero a sorte
nem a desculpa.
Mas canso-me...
de correr.
De ir contra...
De coração cheio.
De ser forte."

VAz Dias

Avença de tempo e Juro alto



Cá nos vamos pendurando de pele
em cabide de resiliência.
Fazendo de conta que
nada na dor se adensa.
Sorrimos amordaçando os dentes,
como se fora o sorriso dantes.
Dói esta avença de tempo
que se usa como se fora boa.
Juro alto.
Eu também juro bem alto,
bradando,
que amanhã tenho genteza que chegue
e coração que perdoa.
Perdoo-me.
E mais um minuto que voa...
e não perdoa.


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Hiper ventilada espera



Amanhã estará tudo melhor,
eu sei.
Mas ontem também dizia
o mesmo.
E no dia anterior.
Agride-me o tempo
com a espera de facas
afiadas escorregando
por debaixo do peito.
Abrindo ali perto
de onde as borboletas,
ou ansiedade,
se explanam.
Eu sei que passa
e depois vem tudo melhor,
e depois outras coisas menos
boas chegarão.
Lei do retorno e da aceitação.
Mas é hoje que resvala
o meu desejo,
a minha espera...
a minha vontade para a tentação.
Parado não consigo.
Estagno fico perdido.
Pára de bater tão forte no peito
coração!


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Agarrar um coração para trás



E existe alguma dúvida que toda tu és beleza aos olhos do mundo que à tua volta se maravilha? Que por alguns te possas também cativar? Que o teu coração com ou sem tempo também se cativa? Claro que tenho bem presente isto. E a tua realidade. E a tua distância. A minha realidade e a minha distância. Uma história e a vontade de agarrar um coração para trás. E depois apareces assim. Tirando todo o alvoroço, vivo em paz com o futuro. Já perdi tudo e já ganhei tempo. Todos os momentos merecem-me um sorriso. Que sorriso me lançaste como feitiço! Aceita o meu exagero. É para bem.

VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

"Diz-me adeus"



É a lei da atracção dos corpos. Os beijos com que me levaste pela manhã adentro. O que era brisa tornou-se vento e o meu corpo ficou dorido de ti. Como se tivesse corrido uma maratona até ti. Como se me tivesses gasto duma noite inteira corrida. Foi como se lutou com toda a defesa por beijos musculados. Osculados desejos que se brindam da lei universal dos corpos. Olho-te e sei que me queres lutando com o teu. Até ficar só prazer. Até ficar só olhar. Até só ficar um adeus.

"Diz-me adeus" como numa película de sempre. Estás presente. De corpo distante a amarrar-te na mente.
Beijo quente!


VAz Dias


‪#‎palavradejorge‬

Astronomicamente

Astros que me empurram
Para a consciência
Quando dela faço uso
Absoluto
E inequívoco.
Serei intolerante se a única coisa
Que me move são os outros?
Que raio de tempo
E tempestade cósmica
Me faço erosivamente expôr!
Danço na chuva
Mas grito no vento.
Invento tempo
A contento.
Mas é o universo
Que me torna pequeno.
A um ínfimo extremo.
Descontente
Mas nunca amordaçado.
Tusso este fado
Quando tudo me aconselha
A estar calado.
Estou farto de passar ao lado.
Vou dançar à chuva
E ficar calado.
Aceitar que amanhã
Tudo terá mudado.


Sou rico de incertezas
mas mecenas do futuro alheio.
Toca-me e te dou desmesuradamente.
Não sei dar menos e tão pouco necessito de retorno.
Vim ao mundo,
exagerado,
por isso não morro!


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬


Beijo salgado de água doce rebuçado. Fel é doce e mel por ti beijado. Arde de vento esse teu querer tão afastado. Navegou o tolo em vento alado. Voltou partido mas inteiro dos teus lados. "Não me olhes assim." Sou eu que te digo, perdido de ti achado. Beijo nas borboletas. No âmago. E no campo de sonhos descampado. Sopra-me esse vento teu que me tem queimado.

VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Todas Loucas!

Loucas!
Perfidamente por aí
à solta
para desgraçar quem
se oferece de boca.
De quem beija e pousa
uma esperança
no que à alma toca.
Louca foi ela
que antes ao outro
se entregou
com uma vida.
Invocou a morte
para ser mais cheio
o amor.
Perdeu-se porque entregou
tudo.
A morte agarrada à vida.
Despojou-se.
Até não ter mais
para receber.
Perdidamente pouca.
Perdida.
E louca.
Todas Loucas!


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

São só gritos

São só gritos.
Não te importes.
Faço-o mesmo que não gostes.
Também estive aí
onde a vontade
do outro se acoste.
A vida é estúpida
e a morte que a justifica,
injusta.
E ainda me arranho por dentro
para não gritar tanto.
Que merda de tormento!
Lamento mas agora
viro-me para dentro.
Grito e esperneio
esta falta de animalidade
que queres de meu sustento.
A vida é estúpida
e a morte um injusto lamento.


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Invenção Replicada

Maravilho-me com a nossa argúcia.
A astúcia com que nos vamos
Adaptando à realidade.
A realidade que inventamos.
Criamos e rompemos.
Rompemos e rearranjamos.
É a evolução que nós próprios
Motivamos para nos adaptarmos.
Somos imensos
Numa imensidão já criada.
Recriamos.
Inventamos uma realidade
Replicada.


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬


Sou o veneno
Que cuspia para longe.
Conheci-o
Engolindo.
Envenenei-me!
Morri.


VAz Dias

Vidas numa só!

Quantas vidas cabem numa
Se por vezes sucumbimos
A tantas mortes?
Mas cá nos agarramos
Pendurados sobre os ossos
Que a erosão da pele sofre.
Ali agarrados com unhas
E dentes de leão
Com o nosso coração
Apequenados ao centro
De gravidade.
Não é grave.
É nova invenção.
Nós mas novos.
Nós de novo vivos.
Morremos para nascer
Imortais.
Mais do que os ossos,
A carne
E a pele empedrada.
Não foi no peito.
Não foi nada.
Foi noutra vida.
E brisa de amanhã
No coração soprada.


VAz Dias


‪#‎palavradejorge‬

Pátria Amor

A vontade de sobreviver
deve-se aos que estão vivos.
Nunca aos que já
tencionam estar mortos.
Falar com mortos
é a profissão de fé
que contempla os poetas.
Morrem a cada palavra
que acometem à vida,
mas sobrevivendo
por serviços prestados
à pátria do amor.
Morre-se demais por amor.
Sobrevive-se ainda por demais
por desamor.


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬


Eu sou a puta que pariu o amor. Não morreu, apenas em mim se escondeu para na noite abrir as pernas. Por isso chorou, quando veio ao mundo...queria apenas ser de poetas!

VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Cai o mundo lá fora

O mundo cai lá fora.
Desmorona-se enquanto
Nós nos fechamos
Aqui dentro.
Impávidos,
Lambemos lágrimas
Do outro.
Salgam-se as esperanças.
Amargam-se lembranças
De dias belos.
Estamos velhos
E cansados.
Afastados do mundo,
Que lá fora,
Insiste em destruir-se.
Ficamos juntos
Até ao fim do mundo,
Sim?


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Corpo Perdido

Corpo perdido
No meio da sua ideia.
Do seu tempo desmedido
E minha paciência.
Espera-se a lúbrica
Beneficiência.
Não se deve esperar.
Nem expectar.
Acção e revolta
À inércia.
Amor profundo
De carne e conveniência.
Ahhhi que se desgoverna
A minha ausência
Das tuas!
E delas.
E dessas mentiras gastas.
Mais lei do corpo
E das ausência
A que me arrastas.
Matas-me!
Quero mentir-te na cara
Essas tuas palavras gastas.
Castigar-te com o amor
Do corpo
Com o teu
Que ao meu arrebata!


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Não vens

Eu sei que não é de ti.
Os murros que no âmago
Sofreste
Ofereces para quem vem
Atrás.
Sou eu. Saco de pancada.
Força de batalha levada
De uma em outra
E outras mais.
Levo a mais.
Desconheces o que de outras
Pode um ser humano
Tolerar.
Esperas-me só
Pela minha força
Enquanto te resolves.
Enquanto me devolves
Esse desamor em punho
D'outrém.
Os segundos me morrem.
E tu não me morres.
Porque te espero
Dorido,
Negro
E ferido por dentro.
Magoa-se mas não rasga.
E tu não vens.
E eu com este tanto
De dores curadas
Para te devolver
Mas tu não vens.
Não me devolves palavra.
Não me devolves a chamada.
E não vens.
Que dor é essa senão
Os murros e o mal
Que se partilha em cadeia?
Descobri em engoli-los
E matei-os.
Romper o ciclo
E esperei-te.
Se me presenteias,
Com ou sem dor.
Mas não vens
Nem o baque que trarias
...
Não me deixas...
Nem vens.


VAz Dias

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Aflito!

Andam os fantasmas
na rua,
mantendo sorrisos
e esgares de vida.
Andam a enganar mais de meio
mundo
dizendo-se vivos.
Mortos por dentro
ou apenas retocados
em face decrépita
bamboleiam-se de aparente beleza.
Come-se a fruta podre
à mesa.
Alienam-se as vontades
com o pressuposto da promessa.
Ver vida nos outros
até que à morte de volta
se apressem.
O amor à depressão.
A união pela parte onde
a corda rasga mais fraca.
Fracos são os fantasmas
aperaltados
de fraque
e de parte de vida.
Não se vêem refletidos
em espelhos nem em vidros partidos.
Nem nos outros mortos-vivos
nem nas almas
dos que a eles tenham sobrevivido.
Tenho medo desses mortos.
Desse miseráveis fantasmas
e perdidos indivíduos.
Tenho medo para a morte vivos
os tenha perdido.
Estou aflito!

VAz Dias

Lavagem a seco

Deixo o desejo egocêntrico
de mim em ecos
das palavras gritadas
para o passado.
Como rumor
que desgraça no presente
e nos persegue
por diante.
Mas apenas até onde
a nossa pobre alma deixar.
Todo um criminoso
merece a oportunidade
de se reinventar mais além.
De ser perdoado.
De se perdoar.
Quero ser dos
das mais reduzidas probabilidades
de sucesso e aproveitar a minha oportunidade.
A minha pena está cumprida
e a lavagem das dores
estendida e seca.
Falarei de dor por diante
para partilharmos
as palavras que tão bem
me amaldiçoam
e que sei que em vós
urram de mudez.
Limitando o mundo
mas nos oferecendo mutuamente
o que sentimos lá no fundo.
Descomprometido e desapegadamente.
Livres assim vos quero.
Até de mim.
Até desta minha maldição.
Que seja um prazer
mesmo quando a desesperança
se instale.
Mesmo que se pense
que isto nada vale.
Gritemos pois em uníssono
As palavras vossas
que em mim façam eco.
Que nos tragam a todos
por perto!

VAz Dias

#palavradejorge


sábado, 18 de junho de 2016

Foste Desejo

Deixo-me abandonado
À tua distância.
À descrença de nós.
Foste sem termos sido
O que o amor inventou
Para nós.
Traímo-lo por nunca o teres
Realmente desejado.
Foste sem teres chegado.


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Sonhei que te queria sonhar.

Sonhei que te queria sonhar.
Que queria uma vida
Dessas.
Onde o sonho se funde
Com a naturalidade
Do ser.
Seres tu naquele
Velho sonho meu.
Mas quem sou eu?
Já és o sonho de alguém.
E eu apenas
Um sonho áquem.
Sonhei-te
E assim fico,
Contentando-me
De ter tido um sonho bom
E de assim ficar bem.
Sorriste e isso
Ultrapassa um sonho.
É despertar.

VAz Dias

#palavradejorge

Reafirmo a minha diferença

Reafirmo a minha diferença
Ainda que ela impertigue
A diferença do outro.
Reafirmo-a em contraste
Com a abundância geral
Para o medo dela.
Fala-se!
Reafirma-se diferença!
Tantos a seguirem
O anúncio publicitário
Da diferença.
São seguidores da dieta
De conveniência.
Do emagrecimento sem esforço.
Do sacrifício plástico da dieta.
Ninguém quer ser gordo
Como ninguém quer ser diferente.
Elas agora querem-nos de barba.
Eles querem-se de corte de tigela de novo.
A diferença vai e vem
E vem tantas vezes
Que incomoda a diferença igualitária dos demais.
Há os da diferença imediata
(os que topam a moda
prematuramente).
Depois vêm os seus seguidores
E mais além no tempo,
Os críticos e os resistentes à ideia.
Todos iguais!
Tudo com medo de ser diferente
Reassumindo tiques sociais
De aceitação.
Não pensam as coisas
Mas sobretudo não as colocam
Em causa após o pensamento.
Não pode haver água na foz
Sem água nascente.
Mas há água na nascente.
Os pequenos rios da diferença
Que caminham sós
À foz.
Procuramos nos entender
Ainda que diferentes.
Verdadeiramente diferentes.
Martirizada,
Sacrificada,
Elevadamente diferentes.
Peito aberto às balas
Do preconceito.
Boca aberta para falar
Do que se deve dizer a respeito.
Disto e daquilo.
E do que ainda não foi feito.
Sou diferente.
Aceito!
Perdi vergonha de tudo o que
Me ia na cabeça,
No espírito e no peito!


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Caiu a cabeça

Caiu a cabeça
tão lentamente quanto
o tempo em que sabia
que nos perderíamos.
Se há amores injustos,
este foi o mais justo
no mais injusto dos tempos.
Somos nós que estamos bem.
Mesmo quando a razão
nos avisa.
Mesmo quando um fim
se avista.
Somos nós juntos
que erramos por bem.
Por amor.
Por à razão mostrar destemor.
E lentamente.
Tão lentamente
quanto te levas
a sumir do tempo.
Cai a cabeça
em direcção ao peito...
lentamente...


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Seguro!

Refaz-te. Segura.
Seguro fica o sentido
do teu percurso.
Desamar é duro.
Solitário derrube
dos alicerces emocionais
que juntos ergueram
para esse muro
que faz castelo
de sonho.
Ganha tempo de sonhar
novas terras.
Terras novas de sonhos.
Considera-me o latifundiário
de sonhos
que se empresta
ao seguro do tempo.
Lanço a primeira pedra!


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Voltemos a inventar a manhã.

Gosto do ardor a que
Me subjugas.
A ideia de perda
De memória
Que cambia
Com a descoberta dos sentidos.
Toco-te ainda daqui.
Ainda da distância do tempo.
Encurtemo-lo
No reencontro dos corpos
E do ardor que em
Ti ferva.
Que em mim erga
E em ti estremeça.
Voltemos a inventar
A manhã.
Dá-me uma memória
Que uma história
(a duração não interessa!)
Nos lembre e se teça.


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Ruidosamente calados

Se te pedisse para vires,
virias?
Se te perguntasse
se era por vontade própria,
seria?
Que interessa isso,
se o não percebeste
pelo meu silêncio?
Pelas palavras todas
que ruidosamente
preenchi
para que o convite lá surgisse
para seres tu?
Sim, serias tu,
se me descobrisses,
se eu fosse alguma coisa
para ti.
Não somos e seguimos.
Ruidosamente calados!


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Um dia encontramo-nos

Quero desabafar que não tens tempo para mim.
Eu sei que ele também não teve,
não tem
e não terá para ti.
Como tu para mim.
Andamos a correr atrás uns dos outros.
Um dia encontramo-nos.


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

A tua pele

Foi a tua pele.
Agraciou-me.
Agradeceu por nós
E ali nos cobriu
De manto nu.
Sou mais homem
De tua pele
E do que em nós repousa.
Beijo-te a nuca
Como da tua boca.
As costas são tão belas
E os meus sentidos convocam.
Cubro-te de mim.
Calado em pele.

VAz Dias

o rubro de te querer tanto

fico aqui

esperando chegares e dar-te esses beijos na nuca

soprar de quente a coluna que te assenta a beleza. 

o corpo palpitante. 

o rubro de te querer tanto!

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Pelo olhar que se perdeu

passei pelo meio de um piscar de olhos teu e detive-me.
queria ver como era ver o mundo por eles.
saber de ti
e perder-me.
não saber de mim.
fui saindo por aí buscando-me de novo.
quando se vê o mundo pelos olhos de quem se quer,
perdemos-nos no encanto deles
e de nós próprios por um pouco.
olho-te daqui agora,
e por dentro chora
o que o tempo perdeu.
lágrimas nos olhos teus
e nas paredes húmidas
de quem mais
pelo outro se perdeu.
fui eu!
mesmo que assim não chore
os olhos meus pelos teus,
e pelo que o futuro prometeu . . .


VAz Dias


#palavradejorge

sábado, 4 de junho de 2016

Aceitação!

Um punhado de terra numa mão
E outro tanto de ar na outra.
Atirei a terra ao ar
E juntei as mãos.
Aplaudi não estar preso
E agradeci de mãos voltadas
Para o céu.
Esta é a minha religião.
Aceitação!
Um punhado de ar
Pisando a terra
E agradecimento
No coração!


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

Este aberto búzio de ti

Beijas-me.
Abraças-me sem pesos
Nem expectativas.
Teces no meu corpo
Arrepios de conforto
E prazer.
Prometes dias melhores
Dos dias que por hora
Se serenam.
É o mar que assim me diz
No peito.
Este aberto búzio de ti.
Beijo-te brisa
Dos calmos dias
Em que em ti
Me encosto.
Sopro-te de volta calor...


VAz Dias

‪#‎palavradejorge‬

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