domingo, 10 de abril de 2016

Quando grito o que canto!

É escarpa.
É rudeza que quase mata.
Mas é guerreiro
do coração,
que grita o que canta
mas protege
o que lá se guarda.
Quem lá se guarda.
Deixa ir quem se escapa.
Luta.
Protege.
E guarda.
Fere quem passa
resvalando,
sólido quem lento
se detém.
Se fosse ar, escapava.
Se fosse mar, dissimulava.
Se fosse fogo, apenas de ti ardia.
Sou terra, rude e agreste
com fogo de quem de mim tem.
Arde e segura-te
se não escapas
ou como ar que vai
que ainda agora
daí vem!
Abraça a escarpa.
Vida dura, que também mata.
Mas é terra de fogo.
Onde o amor arde
e as paixões se consomem.
É escarpa e terra de fogo
o que de mim têm
quando se guardam
no coração.
Quando grito o que canto!

VAz Dias

#palavradejorge

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