quarta-feira, 1 de novembro de 2017

O toque que mate o tempo que resta

Baque!
Campaínha
Que ressoa
E conivente do achaque.
Anseias a chegada
De alguém.
Dela de quem
Já nem o nome sabes.
Enferrujaste da espera.
Sólido te julgavas
Das fundações
Mas o batimento
Foi-se perdendo da espera.
Raramente sentiste
O resgresso à vida,
À excitação
Que deixara de ser construída
À mão de semear.
Paraste.
Tudo pela espera
E a fatal perda de memória.
Baque!
Nem reparaste
Que a espera te mudou
E com isso ela.
Outra.
Mudou
Mas porque tu não eras
O mesmo.
E nem sabias mais o seu
Nome.
Pobre prédio
Abandonado em que
Te tornaste
E a única coisa viva...
A campaínha que em
Ti ainda sobrava.
Baque!
Morreste do engano
Na porta.
Era o número do lado
E tu perderas tudo
Pela espera
E uma campaínha
Que só tu ouvias.
Morreste no dia
Em que começaste
A espera.

O toque que mate
O tempo que resta.

VAz Dias
#palavradejorge

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