terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Morte de Gelo

Em cima daquele monte
Onde o vento
Sopra de frente.
Onde o gelo
Se apodera do meu corpo.
Onde a solidão
De escolher
Faz-me ver tudo o que
Lá por baixo ficou,
Encerro o fim de mim
E dos outros
Que em nada me quiseram.
Subiríamos juntos
Se quisessem...
Ficaram nos braços
Uns dos outros
Contando anedotas
De trepadores.

Nem por um segundo
Se julgue
Que esta minha nudez
Se deva à pobreza
E ao desdém
De nem a um de vós
Ter pedido ajuda.
Subo descalço
E nu de aproveitamento.

Gelo e morro se tiver
De assim ser naquele monte.
Gelo e morro
Convosco no coração
Porque nunca vos trairia.
A minha pele é testemunha
E a minha voz húmida
Destemida.
Morro por nós!

VAz Dias
#palavradejorge

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